terça-feira, 21 de julho de 2015

Visão: José Luís Peixoto... Dois em mil


Com oito milhões de habitantes, Xian é uma cidade chinesa de dimensão média. Os turistas que dormem nos seus hotéis interessam-se pouco por visitá-la. Chegam cansados de Xangai ou de Pequim. Na manhã seguinte, têm de acordar cedo. Não querem perder o minibus que os levará por dezenas de quilómetros até ao famoso exército de terracota.

Depois de jantar, pedi na receção o inevitável cartão de visita com o nome do hotel em carateres chineses e saí sozinho. Xian estava com ótima temperatura. Entrei num jardim mal iluminado, onde centenas de pessoas de todas as idades faziam ginástica, cantavam à vez longas canções chinesas num pequeno palco ou, como eu, apenas caminhavam. Esse jardim tinha quilómetros, atravessei-o sem pressa. Chegado à saída, uma questão: esquerda ou direita?
Esquerda, seguia a direção do centro da cidade. Após uma rua, uma curva, outra curva, apercebi-me de uma porta rodeada por jovens, de onde saía música. Em meia dúzia de passos estava lá dentro, a subir uma escada alcatifada, a seguir na direção da música. Não passei por nenhum segurança, apenas tive de desviar-me do incrível número de rapazes e raparigas que entravam e saíam. E de repente: milhares de pessoas numa discoteca com um tamanho que não se podia prever desde a rua, uma espécie de pavilhão. O DJ estava lá ao fundo, a centenas de metros de distância.

Sem comentários: