quinta-feira, 23 de julho de 2015

Joana Vasconcelos: a (pouca) solidão do corredor de fundo

Diz que, até agora, corria os cem metros da arte. Desde que começou a trabalhar no galo de Barcelos gigante de 16 mil azulejos, destinado ao Rio de Janeiro, o campeonato é outro
Uma manhã como qualquer outra no ateliê de Joana Vasconcelos. Docas de Alcântara. Há dez anos, quando a artista expôs pela primeira vez na Bienal de Veneza, a sua equipa era composta por três pessoas. Hoje, com 20 anos de carreira, contam-se 50, entre costura, croché, gabinete de arquitetura, produção ou contabilidade.
Uma ideia de Joana Vasconcelos põe tudo a mexer. E lá está ela. Entre as salas com os animais na faiança de Bordallo Pinheiro envoltos no "seu" croché ou galos de Barcelos. E é por um - ou o que será um deles - que ali estamos.
Primeira lição, segundo Vasconcelos: "As obras de arte têm uma característica: nunca foram feitas. Não existe, não se sabe como é que se faz." Na parede à sua frente está projetado o Pop Galo. Quase dez metros de altura de um galo de Barcelos revestido por 16 mil azulejos e 16 mil leds.
Mas vamos por partes, assim como ele - uma encomenda da Prefeitura do Rio de Janeiro para as comemorações dos 450 anos da cidade - está a ser feito no andar de baixo. A crista já está revestida por azulejos vermelhos, todos fabricados pela Viúva Lamego, parceiro já histórico da artista.


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