sábado, 29 de março de 2014

Documentário luso mostra o outro lado do Mundial

Foi em 2010. A partir de Portugal, três amigos metem-se num jipe e atravessam o continente africano para chegar ao mundial de futebol. Pelo caminho registaram em imagens, sons e palavras o modo como o 'desporto rei' unifica as populações. O resultado será o documentário “Até lá Abaixo”, que passa por 21 países e que procura, neste momento, apoio no ‘crowdfunding’ para acabar de ser produzido.

(...)

Um jipe, um jornalista, um repórter de imagem e um fotojornalista. Foram estes os elementos que se juntaram para atravessar o continente africano em apenas cinco meses, a fim de chegar à África do Sul a tempo do mundial de futebol.

quinta-feira, 27 de março de 2014

De 'El hombre duplicado' a 'Enemy'


·         El pasado jueves 20 de marzo, Jake Gyllenhaal conoció a Pilar del Río en Madrid. La mujer de Saramago entre 1988 y su fallecimiento en 2010 acudía al preestreno de Enemy, adaptación de la novela del Nobel portugués El hombre duplicado que se estrena el 29 de marzo y que cuenta con la participación de TVE.  “Me dijo que le había gustado mucho”, decía el actor estadounidense al día siguiente aunque reconocía dudar de si era solo cortesía de première o entusiasmo auténtico.

·         No era un elogio afectado. Pilar del Río había visto la película unos días antes y estaba más que encantada. En el Hotel de las Artes de la Gran Vía,  a dos días del preestrento, repasaba la traducción al español que realizó de la novela en 2003 y se mortificaba hallando correcciones pendientes. “Aquí sobra una coma. No se puede leer un trabajo previo porque uno le pilla todas las costuras”, lamentaba. La novela nació durante un afeitado del escritor en el que, viendo su imagen especular, se preguntó por las implicaciones de tener un doble.

domingo, 23 de março de 2014

Estoril-Sol recebe candidaturas aos Prémios Bessa-Luís e Fernando Namora




O escritor e tradutor Vasco Graça Moura preside este ano ao júri dos Prémios Literários Revelação Agustina Bessa-Luís e Fernando Namora, instituídos pela Estoril-Sol.

Lançado em 2008, o Prémio Literário Revelação vale cinco mil euros e propõe-se distinguir, anualmente, um romance inédito de um autor português, sem obra publicada (no género) e com idade não superior a 35 anos.

Quanto ao Prémio Literário Fernando Namora, é atribuído regularmente desde 1988 e reserva-se a romances publicados durante o ano. Tem o valor pecuniário de quinze mil euros.

O prazo para receção de candidaturas termina a 31 de maio.

sábado, 22 de março de 2014

Pessoa na Biblioteca Nacional de Espanha




              Fernando Pessoa nunca visitou Espanha continental, mas a Biblioteca Nacional de Espanha (BNE) persegue, numa exposição que abre em junho, a ‘pegada’ espanhola na obra do escritor português e a sua ligação a autores contemporâneos espanhóis.

Fernando Pessoa em Espanha’, exposição que vai poder ser vista de 5 de junho a 24 de agosto, em Madrid, recupera a mostra da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), em Lisboa, de setembro a dezembro do ano passado, e tem apoio da subdireção-geral de Promoção Exterior da Cultura de Espanha.

Segundo a BNE, a mostra pormenoriza os contactos que Pessoa manteve com alguns escritores espanhóis e a polémica com Miguel de Unamumo, pela sua obra ‘Por terras de Portugal e de Espanha’.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Mário de Carvalho alerta para degradação da linguagem e da cultura




O romancista Mário de Carvalho disse este sábado, em Coimbra, que se verifica atualmente na sociedade portuguesa uma "certa degradação" da linguagem e da cultura, que se põe muito ao nível da comunicação social de massa.

"Penso que há uma tentativa de uniformizar por baixo e que isto provavelmente corresponde a certos interesses, que estão interessados em ter pela frente, não cidadãos ativos e intervenientes, mas consumidores passivos", salientou o escritor.

Mário de Carvalho falava à Lusa no final da cerimónia de entrega do Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2013 - que venceu com o livro de contos ‘A Liberdade de Pátio' -, presidida pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier.
Correio da Manhã.

Portuguesa vence prémio internacional de Arquitetura


A arquiteta Inês Lobo foi a vencedora do prémio internacional ArVision – Women and Architecture, no valor de 50.000 euros. O júri considerou a portuguesa, que vai ter ainda direito a um estágio de quinze dias na multinacional que organiza o prémio, uma “arquiteta versátil”.

Entre os dez membros do júri deste prémio, promovido pela multinacional italiana Italcementi Group, estavam Kazuyo Sejima, um dos membros do ateliê SANAA de arquitetos japoneses, que já receberam o prémio Pritzker, considerado o Nobel para a arquitetura, e Martha Thorne, diretora do Pritzker.

Inês Lobo, formada na Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa, revelou ao Archdaily, plataforma online dedicada à arquitetura, que “é realmente um prémio importante, com uma visão internacional, e também porque sublinha que ainda é difícil ser mulher e ser arquiteta”.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Madeira: O estado da literatura portuguesa em debate

Entre hoje e domingo todos os caminhos da literatura portuguesa passam pelo Funchal para a quarta edição do Festival Literário da Madeira

Três dezenas de escritores vão este ano debater os 40 anos do 25 de Abril de 1974, a identidade de um país refém de entidades financeiras internacionais e o papel da literatura dos PALOP para o reforço dessa identidade.

Luís Rufatto (do Brasil), Irene Flusner Pimentel, Gonçalo M. Tavares, Ricardo Araújo Pereira, Miguel Real, Nuno Lobo Antunes, Valério Romão, Alexandra Lucas Coelho, Jorge Sousa Braga, Manuel Jorge Marmelo, Carlos Quiroga (Galiza), Diogo Vaz Pinto, Vasco Rato, entre outros, vão passar pelas várias escolas do Funchal (do 1º Ciclo à Universidade) e pelo teatro Municipal Baltazar Dias.

Na sexta-feira cantora brasileira Adriana Calcanhoto protagoniza outro do momentos altos do festival com um concerto no Casino da Madeira.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Lídia Jorge lança hoje o romance "Os Memoráveis"

Lídia Jorge afirmou que o seu novo livro "Os Memoráveis", que é apresentado hoje à tarde em Lisboa, no Teatro Aberto, deve ser lido "com o respeito que se tem pelo romance".

A autora defendeu que "o romance tem um lugar importante no mundo de hoje, apesar de ser posto muito de lado e estar desfigurado, mas faz parte de uma disciplina que é indispensável para o entendimento profundo dos países, das nações e das sociedades".

"O romance continua a ter um papel indispensável nessa capacidade de transfigurar o social numa mensagem e ao mesmo tempo num projeto de sonho, que é sempre o que a arte traz. O romance continua a ser um mergulho no social e oferece sempre um projeto de futuro", rematou.

A trama narrativa d'"Os Memoráveis" é protagonizada por Ana Maria Machado, uma repórter portuguesa em Washington que, em 2004, foi convidada a fazer um documentário sobre a Revolução, considerada pelo embaixador norte-americano à época, em Lisboa, "um raro momento da História", segundo comunicado da editora.

Andrea Imaginario no Portal do Fado...




Andrea Imaginario está no Portal do Fado.
Registamos o facto com prazer porque é uma forma de projecção internacional da intérprete do nosso disco Andrea Imaginario em Pessoa/em Pessoa, CD lançado, aqui em Caracas, em Novembro de 2013.
No texto que aparece no portal, podemos ler: 
Andrea Imaginario é uma cantora lusodescendente, nascida na Venezuela, e dedicada à divulgação do Fado e da cultura portuguesa em diálogo com vários géneros musicais, como o jazz e música latina.

Tem duas produções musicais no mercado, chamadas "Entre dos orillas (Entre duas margens, 2012)" e "Andrea Imaginario em Pessoa: canções sobre poemas de Fernando Pessoa" (2013).

Por este último trabalho foi apoiada pelo Instituto Português de Cultura, na Venezuela, o Instituto Camões e o Consulado de Portugal.
 

 

 

Peregrinação na Filven...

              
             

Na passada segunda-feira (17 de Março) Fernão Mendes Pinto “marcou presença” na Feria Internacional del Libro (FILVEN).

Coincidindo com os 400 anos da publicação de A Peregrinacao, o professor Rainer Sousa, coordenador do Instituto Camoes em Caracas, esteve no recinto da FILVEN onde palestrou sobre o aventureiro e explorador português do século XVI.

Este ano, pela primeira vez, Portugal tem um stand oficial /Embaixada/IC) nesta feira, agora na sua décima edição, onde os visitantes poderão entrar em contacto com alguns textos, maioritariamente de aprendizagem do idioma, escritos na língua de Camões.

A intervenção de Rainer Sousa levou permitiu aos presentes uma aproximação à Peregrinação, o livro que revelou aos maravilhados europeus do seu tempo vivencias fabulosas dos povos de Oriente.

Fernando Pessoa na Colômbia...

             

O jornal colombiano El Mundo publicou recentemente uma extensa nota sobre o poeta dos heterónimos com motivo do Colóquio Internacional sobre o Dia Triunfal de Fernando Pessoa (Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 6, 7 e 8 de Março). O Colóquio foi celebrativo do centenário do dia triunfal de Fernando Pessoa, 8 de Março de 1914, e reuniu mais de 50 especialistas num amplo debate em torno da vida e obra de Pessoa.

No texto de El Mundo pode ler-se:

La genialidad, el misterio y la provocación son apenas algunas características que rodean la “insondable” obra de Fernando Pessoa, escritor y poeta portugués, tan importante como Luís Vaz de Camôes y José Saramago.
Precisamente, con motivo del centenario de la creación del poemario “A Ode Triunfal”, de Álvaro de Campos, uno de los tantos heterónimos que usó el portugués durante su vida, en Lisboa acaba de celebrarse un coloquio cuyo propósito fue explorar y debatir sobre la vida y obra de Pessoa. 
Jorge Uribe, investigador colombiano y uno de los organizadores del evento académico declaró a EFE que la de Pessoa era “una obra ‘inquieta’ que no se deja encajar ‘fácilmente’ en categorías y que funciona como un anzuelo para el lector”. 
No hay que olvidar que entre Bernardo Soares, Álvaro de Campos, Ricardo Reis o Alberto Caeiro se encuentra otra de las mayores riquezas del escritor luso, pues estos, que son cuatro de sus heterónimos más conocidos, son foco de estudio y curiosidad por parte de sociólogos, literatos, sicoanalistas, entre otros. 
Para Uribe lo relevante de esa heteronimia no es que Pessoa firme como cualquiera de los personajes, sino que “lo esencial es la relación que teje entre ellos”.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Lobo Antunes no teatro...

O Cendrev e a ACTA – Companhia de Teatro do Algarve juntaram-se para criar ‘Autos da Revolução’, um espetáculo concebido a partir de textos de António Lobo Antunes e que tem estreia marcada para o Teatro Garcia de Resende, em Évora, no dia Mundial do Teatro, 27 de março.

‘Autos da Revolução’ tem direção do encenador francês Pierre-Etienne Heymann, cenografia e guarda-roupa de Elsa Blin, direção musical e sonoplastia de Gil Salgueiro Nave e iluminação de António Rebocho.

Conta com as interpretações de Rosário Gonzaga, Jorge Baião e Maria Marrafa (atores do Cendrev) e de Bruno Martins, Tânia Silva e Mário Spencer (da ACTA).


O espetáculo apresenta-se em Faro no dia 25 de abril. In Correio da Manhã.

terça-feira, 11 de março de 2014

Saramago en la prensa venezolana….

El Universal (9.03.2014) publicó un interesante artículo sobre José Saramago. El trabajo es de Ricardo Gil Otaiza, eacadémico y escritor venezolano. Miembro Correspondiente Estadal de la Academia de Mérida en el área de las Ciencias Físicas, Matemáticas, Naturales, Químicas, de Salud y Tecnología.

Ricardo Gil Otaiza -- a quien agradecemos la publicación del valioiso texto -- nació en Mérida-Venezuela, en el añó 1961. Obtuvo el título de Farmacéutico en la Universidad de Los Andes (ULA). Actualmente es Profesor Titular de la Universidad de Los Andes ULA), en el área de Farmacognosia, desde el 2006. Fue Decano de la Facultad de Farmacia y Bioanálisis de la ULA durante el período 2002-2005. Entre sus estudios cuentan los siguientes: Diplomado Internacional Plantas Medicinales de México (Chapingo, México). Magíster en Educación Superior, Mención Docencia Universitaria (UFT). Magíster en Gerencia Empresarial (UFT). Doctor en Educación, Mención Andragogía (UNIEDPA), Doctor en Ciencias de la Educación (URBE), Postdoctor en Gerencia en las Organizaciones (URBE).

Es autor de 28 libros en diversos géneros. Investigador activo en las áreas de Etnobotánica (Plantas Medicinales), Educación Superior, Pensamiento Complejo, Filosofía de la Ciencia, Historia y Gerencia, incluido en el SPI (PPI Nivel II en Ciencias Sociales) y en el PEI-Oncti. Autor y coautor en más de 30 publicaciones en revistas científicas arbitradas e indexadas venezolanas y del extranjero. Profesor invitado para el dictado de seminarios de maestría y doctorado en diversas universidades venezolanas. Tutor de Trabajos de Grado de maestría y de tesis doctorales. Columnista del diario Frontera de Mérida, y de El Universal de Caracas. Conferencista. Editor Honorario de la Revista de la Facultad de Farmacia de la Universidad de Los Andes. Ha recibido la Orden Tulio Febres Cordero en su Primera Clase, la Orden Dr. Félix Adam en su Única Clase. Ha recibido diversos reconocimientos literarios y su obra ha sido objeto de especial atención por parte de personalidades nacionales y del extranjero. Tomado de Wikipedia.

José Saramago traduzido para chinês




A tradução chinesa do romance de José Saramago "Ensaio sobre a Lucidez" vai ser lançada em Pequim na próxima terça-feira, numa coleção dedicada aos "Novos Clássicos", que inclui obras de Gabriel Garcia Marquez, Murakami Haruki e outros autores.

Na altura será também lançada uma nova edição da tradução chinesa de "Ensaio sobre a Cegueira", assinada pelo mesmo tradutor, Fan Weixin, e um debate sobre Saramago com dois escritores chineses: Yan Lianke e Ren Xiaowen.

A sessão decorrerá nas instalações do Instituto Cervantes de Pequim.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Florbela Espanca e Maria Keil na próxima emissão dos CTT



A emissão filatélica dedicada aos Vultos da História e da Cultura deste ano, composta por seis selos, vai recordar personalidades da escrita, das artes plásticas e da ciência.

Os Correios de Portugal vão lançar no próximo dia 24 de março aproximadamente um milhão de exemplares de selos que filatelizam Florbela Espanca, Maria Keill, Joaquim Namorado, João Hogan, António Dacosta e Sebastião e Silva.

No caso de Espanca, o selo, com a taxa de correio doméstico 0,40€ reproduz a artista tendo como fundo o poema manuscrito ‘Ser Poeta’, documento existente na Biblioteca Pública de Évora.

Já o selo de 0,50€ de Maria Keill apresenta em segundo plano o painel de azulejos ‘O Mar’, da Avenida Infante Santo, em Lisboa, da sua autoria.

domingo, 9 de março de 2014

O dia triunfal de Fernando Pessoa reúne 50 especialistas em Lisboa



A Fundação Calouste Gulbenkian, celebrando o centenário da Ode Triunfal, de Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa, realiza, a partir desta quinta-feira, o colóquio internacional O dia triunfal de Fernando Pessoa , que reunirá 50 especialistas.

O colóquio, que vai decorrer até ao dia 8 de Março, propõe-se estabelecer um "amplo debate em torno da vida e obra de Pessoa", e "a perspectiva crítica é a de uma revisão do Estado da Arte nos diversos campos dos Estudos Pessoanos", lê-se no comunicado da Gulbenkian.

No âmbito do colóquio, é também promovido um concurso de curtas-metragens sobre Fernando Pessoa, visando premiar a melhor sobre a vida e obra do poeta, e que será apresentada na sessão de encerramento.

A fundação promove igualmente, no dia 9, o "passeio Lisboa com Fernando Pessoa", com partida prevista às 15h, no café A Brasileira do Chiado, e terá uma duração e duas horas e meia.

O "dia triunfal" de Pessoa: uma ficção verdadeira




Alberto Caeiro não terá surgido do nada no dia 8 de Março de 1914, como Pessoa pretendeu, mas a obra pessoana exigia mesmo um “dia triunfal”, defende António M. Feijó.

Dezenas de especialistas estão a debater na Fundação Gulbenkian, num colóquio internacional que termina este sábado, “o dia triunfal de Fernando Pessoa”. A par deste encontro de três dias, promovido pelo Projecto Estranhar Pessoa, outras instituições, como a Casa Fernando Pessoa ou o Teatro São Luiz, assinalam este sábado essa estranha efeméride que o próprio Pessoa viria a descrever, em carta a Adolfo Casais Monteiro, como “o dia triunfal” da sua vida, o dia em que lhe teria “aparecido” um poeta a quem deu o nome de Alberto Caeiro.

Nessa carta escrita já no final da sua vida, em Janeiro de 1935, Pessoa explica que tivera a ideia de criar um poeta bucólico para “fazer uma partida” a Mário de Sá-Carneiro, mas que já desistira do projecto quando, no dia 8 de Março de 1914, se acercou de uma cómoda alta e escreveu, sob o título O Guardador de Rebanhos, “trinta e tantos poemas a fio, numa espécie de êxtase”. E acrescenta: “aparecera em mim o meu mestre”. Ao qual, diz, chamou de imediato Alberto Caeiro.

A paixão de Fernando Pessoa

Harold Bloom, um estudioso da literatura, escreveu uma vez um livro chamado A Ansiedade da Influência, no qual lidava com a tensão entre o grande escritor e o escritor ainda maior.

Para pôr as coisas em termos simples, o grande escritor que admira o escritor ainda maior passa pela tal “ansiedade da influência”, a admiração torna-se inveja, a inveja emulação, a emulação frustração, a frustração afastamento, e o afastamento (nos melhores dos casos) superação. Os maiores dos grandes escritores pairam como uma sombra sobre todos os outros: todo o escritor de língua inglesa vive na ansiedade da influência de Shakespeare (ou na sua rejeição), como o russo sob (ou contra) Tolstoi, etc.

Faz por estes dias cem anos, Fernando Pessoa encontrava a sua forma de escapar à ansiedade da influência, e de sair dela por cima. Também ele tinha Camões, e Vieira. E como escritor de língua inglesa, Shakespeare. Mas para poder ser maior, inventou um outro seu mestre, Alberto Caeiro, e declarou-o o seu ideal a atingir. Assim se libertou e superou em simultâneo. Poderíamos dizer que o mestre de Fernando Pessoa vivia dentro de si, mas isso é enganador. Pondo Alberto Caeiro no centro do seu sistema, Fernando Pessoa poderia deslocar a sua “ansiedade de influência” para fora de si. Camões ou Vieira (ou Shakespeare) estavam marcados na sua pele e de todos os outros escritores. Alberto Caeiro era um sol inventado, exterior a qualquer realidade, e à volta dele poderiam encontrar a sua órbita todos os outros planetas inventados de Fernando Pessoa: Ricardo Reis, Álvaro de Campos, e o próprio Fernando Pessoa. Foi como um momento-Galileu em literatura.

sábado, 8 de março de 2014

Ave César, os que vão ler saúdam-te

Para ser cineasta, João César Monteiro teve de matar o escritor. Mas não existem crimes perfeitos. A sua obra literária vai ser publicada em cinco volumes, a partir da Primavera.

Em 1959, dez anos antes de fazer o seu primeiro filme, João César Monteiro publicou um livro de poemas surrealistas, Corpo Submerso, que decidiu destruir pouco depois. Não foi um crime perfeito. “A amiga [e poeta] Luiza Neto Jorge pôde ainda, não sei como, sacar meia dúzia de exemplares e à socapa ofereceu a alguns amigos, entre eles eu, com a promessa de ficarmos com o bico calado”, diz o editor e amigo de João César Monteiro, Vítor Silva Tavares, da &etc.

Durante muitos anos, o cineasta não soube que o livro sobrevivera. “Até que há um momento, em minha casa, onde o César era visita frequente para os jantarinhos – sic! ‘jantarinhos’ era expressão dele –, em que a conversa fica à volta de livros que se perderam. Dada a conversa que estávamos a ter, calhava muito bem, bumba, apresentar ao autor o exemplar que eu tinha”, lembra Vítor Silva Tavares, de 76 anos, que partilha com César Monteiro mais do que uma certa parecença física (o corpo magro, o perfil aquilino); a língua também lhe sai afiada, com um fulgor simultaneamente aristocrático e popular. “Vou ao meu armário onde está a livralhada, saco o livrinho e pespego-lhe com o dito nas fuças. O gajo olha para aquilo, arregala o olho, nem quer acreditar. E vamos ter uma sessão memorável – uma pena não haver lá máquina de filmar. O César vai ler o livro todo, borrando-se a rir…”

sexta-feira, 7 de março de 2014

Prémio Literário Vergílio Ferreira 2013


O Prémio Literário Vergílio Ferreira 2013, instituído pela Câmara Municipal de Gouveia, foi atribuído à obra "O Cómico em Vergílio Ferreira", da autoria de Jorge Costa Lopes, anunciou hoje a autarquia.

Segundo uma nota da Câmara Municipal de Gouveia, a decisão foi aprovada "por unanimidade", por um júri constituído por José Correia Tavares, da Associação Portuguesa de Escritores, Cristina Robalo Cordeiro, da Associação Portuguesa dos Críticos Literários, e Alípio de Melo, representante da autarquia.

O autor da obra premiada, natural de Vila Nova de Gaia, nasceu em 1966 e é "um investigador da Obra Vergíliana, com intervenção em diversos congressos e encontros internacionais", refere a autarquia de Gouveia presidida por Luís Tadeu.

quinta-feira, 6 de março de 2014

A mulher em Saramago...




"Eu não encontro qualidades morais masculinas ou femininas, penso que as diferenças se encontram mais no plano da sensibilidade. Ao homem falta em geral algo a que chamamos sensibilidade. Eu não falo da emoção ou da lágrima fácil, mas desse modo sensível de entender o mundo que é o da mulher, como a vejo e ponho nos meus livros. A realidade chega à mulher por outras vias que não a da razão. Como a do sentido da maternidade, ela dá-lhe outra dimensão, que o homem não pode ter. Nós usamos as palavras, mas não sabemos a que correspondem. Eu falo de maternidade, mas o que é que um homem sabe da maternidade? Essa palavra só pode ser entendida quando dita por uma mulher-mãe, se eu a disser, não é a mesma coisa."

José Saramago, "Essa coisa misteriosa que é sempre a mulher’”, Máxima, Lisboa, n. 25, outubro de 1990 [Por Leonor Xavier], in José Saramago nas suas palavras (2010). In Fundação José Saramago.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Filme com Diogo Morgado sobre vida de Jesus foi o segundo mais visto nos Estados Unidos




O Filho de Deus estreou no fim-de-semana e em dois dias somou 26,5 milhões de dólares (18,5 milhões de euros). No Twitter, Diogo Morgado volta a fazer sucesso.

O Filho de Deus, filme adaptado da série A Bíblia protagonizada por Diogo Morgado, foi o segundo filme mais visto este fim-de-semana nos Estado Unidos. O filme estreou-se na quinta-feira e os resultados obtidos nas bilheteiras (26,5 milhões de dólares – 18,5 milhões de euros) confirmam o sucesso que a série já tinha alcançado no ano passado quando passou na televisão. O Hot Jesus, como ficou conhecido o actor português, voltou também em força às redes sociais.

O filme no qual Diogo Morgado dá vida a Jesus só ficou atrás de Non-Stop, filme de Jaume Collet-Serra protagonizado por Liam Neeson, Julianne Moore e a recém-vencedora de um Óscar, Lupita Nyong'o. Segundo o site Box office Mojo, que analisa as receitas em bilheteiras, Non-Stop somou 28,8 milhões de dólares (20,9 milhões de euros), enquanto O Filho de Deus, que chegou a 3260 salas de cinema norte-americanas, amealhou 26,5 milhões de dólares (18,5 milhões de euros). Em Portugal, o filme só estreia a 27 de Março, a cerca de três semanas da Páscoa.

Mercado de Escravos em Lagos classificado como monumento de interesse público


Lagos recebeu desde 1444 carregamentos regulares de escravos e foi aqui que se instalou o provável primeiro mercado de escravos da Europa.

O edifício construído no local onde funcionou o que se presume tenha sido o primeiro Mercado de Escravos da Europa quatrocentista, em Lagos, foi classificado como monumento de interesse público, segundo uma portaria publicada na terça-feira em Diário da República.

Datado de 1691, o mercado foi o último dos edifícios de apoio à praça-forte de Lagos a ser construído, sobre o que restava de um antigo edifício quatrocentista que servira para venda de escravos, na Praça Infante D. Henrique.

O imóvel serviu no século XVII para acomodar o Corpo da Guarda, integrando-se no contexto de racionalização dos recursos e de especialização dos espaços que deu origem à Oficina do Espingardeiro (ex-Quartel da Coroa) e ao vizinho Armazém Regimental.

terça-feira, 4 de março de 2014

Biblioteca da Universidade de Coimbra brilha em jornal espanhol




A Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC), que está a comemorar os seus 500 anos, foi destaque no jornal espanhol La Vanguardia, num artigo divulgado este sábado.

Com o título “500 anos de uma das melhores bibliotecas do mundo”, o jornal escreve que “a celebração dos 500 anos da Biblioteca da Universidade de Coimbra se centra no debate da importância das bibliotecas em tempos de internet e destaca a importância da preservação e divulgação do património cultural como base para a formação de cidadãos livres e críticos”.

O La Vanguardia faz também um resumo da história da biblioteca da Universidade referindo que o primeiro documento que certifica a existência daquele espaço data de 12 de Fevereiro de 1513.

domingo, 2 de março de 2014

Canadá: Filme luso distinguido com prémio de excelência




O filme português 'Pecado Fatal', de Luís Diogo, foi distinguido com o prémio de excelência '2014 Award of Excellence Winner' na categoria de filme estrangeiro do Festival Internacional de Cinema do Canadá.

Aquela que é a primeira longa-metragem do realizador português tem como atores protagonistas Sara Barros Leitão, Miguel Meira e João Guimarães. O ação tem por base uma "belíssima história de amor, comprometida por um pecado fatal cometido por Nuno na noite em que conheceu Liliana".

Em comunicado, o Cineclube de Avanca, que co-produziu a obra, adianta que, este ano, o Canada International Film Festival reuniu filmes de 90 países, correspondendo a um dos onze eventos cinematográficos que integram a lista do diretório 'bestfilmfestivals.com', dos melhores festivais de cinema independente do mundo.

Cacilheiro de Joana Vasconcelos abre em abril




O cacilheiro Trafaria Praia, convertido num projeto de arte pela artista plástica Joana Vasconcelos, estará acessível ao público português a partir de abril, em Lisboa, anunciou a empresa DouroAzul, de Mário Ferreira.

Em comunicado, a empresa revela que "exerceu o direito de preferência sobre a aquisição" da embarcação, batizada Trafaria Praia, quando sofreu uma transformação artística por Joana Vasconcelos para representar Portugal na Bienal de Veneza de 2013.

Segundo a DouroAzul, o cacilheiro deverá regressar a Lisboa no final desta semana, caso as condições atmosféricas sejam favoráveis, e poderá ser visitado a partir de abril num cais entre a Ribeira das Naus e o Cais do Sodré, numa zona nobre da capital. In Correio da Manhã.

sábado, 1 de março de 2014




O filme de Rúben Alves estava nomeado na categoria de melhor primeira obra nos Óscares do Cinema francês. Mas o prémio foi para "Les Garçons et Guillaume, à table!", de Guillaume Gallienne.
Este filme é, aliás, o favorito aos Césares, cuja cerimónia está a decorrer em Paris, no teatro Châtelet, com 10 nomeações no total.
A categoria de melhor primeira obra já está na lista das estatuetas arrecadadas por Guillaume Gallienne.
Rúben Alves, realizador de "Gaiola Dourada", com Rita Blanco e Joaquim de Almeida, havia referido ao DN que não acreditava que viesse a ganhar o César e que "Les Garçons et Guillaume, à table!" era um filme que merecia a vitória.
"Gaiola Dourada" foi o filme mais visto em Portugal no ano passado, com 754.195 espetadores e 3,8 milhões de euros de receitas.