quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Graça- Moura: Acordo Ortográfico...

Pelos vistos há quem, tendo defendido apressadamente a entrada em vigor do Acordo Ortográfico e a sua pronta aplicação entre nós, comece a entrar em pânico, por ver agora esse viçoso horizonte da escrita lusitana recuar para o limbo da irrecuperabilidade de tão fecundas perspectivas.
Realmente, o esforço que essas pessoas despenderam está a tornar-se dia a dia mais inglório para tão destemidos seres. Mas eles ainda tentam uma cartada desesperada: alvoroçam-se a advertir as massas ignaras de que, nada disso!, o Brasil mais não fez do que adiar a data de início de aplicação do famigerado documento e, como acontece com o Benfica, quem não é por ele não é bom chefe de família!

Consideram intolerável que andem por aí uns vadios de bazuca ao ombro que não desistem de atirar contra esse texto sacrossanto e afinal ele mantém-se em vigor, forte, fiel, façanhoso, no esplendor inconsútil e diamantino da sua formulação de 1990...
O azar dos Távoras desses defensores do Acordo é que, primeiro, nunca leram devidamente o texto dele e, segundo, não têm lido os jornais, em Portugal e, sobretudo, no Brasil.
Se o tivessem feito, teriam percebido sem grande convulsão cerebral por que razões até o Brasil recusa o dito na sua forma presente, de tão mau que o papel é, e ficavam também a saber que o adiamento veio culminar um processo de protestos consecutivos da sociedade civil brasileira reclamando toda uma série de alterações às normas nele contidas.

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