domingo, 23 de agosto de 2015

Nas antas do Alentejo já se falou alemão

Georg e Vera Leisner começaram a vir a Portugal no final dos anos 1920 para estudar monumentos funerários com mais de seis mil anos. Em 1943 a guerra obrigou-os a ficar. O seu arquivo começa a estar acessível online e com ele ainda se pode aprender muito.

Chegaram em 1943 para uma das suas estadias habituais, mas a guerra impediu-os de regressar a Munique. Foi já em Portugal que souberam que a sua casa – e com ela um arquivo com milhares de notas, fotografias, desenhos e cadernos de campo – tinha sido destruída num bombardeamento. Os alemães Georg e Vera Leisner estavam acostumados a viagens e a cenários de conflito e, por isso, é provável que tenham encarado o imprevisto como uma oportunidade de aprofundar os seus estudos sobre o megalitismo na Península Ibérica. Não eram um casal comum.
Ela, que nascera em Nova Iorque, vivera na China e tinha formação em artes plásticas e música, dedicava-se à arqueologia numa altura em que eram muito poucas as mulheres a fazê-lo; ele decidira tirar um curso universitário aos 60 anos, depois de pôr fim a uma carreira militar que lhe deu o posto de major e o levou a combater em vários cenários na Europa e na Ásia. 

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