quarta-feira, 21 de outubro de 2015

"Choca-me a falta de interesse pelo passado de alguma juventude

Entrevista com Carlos Saboga, realizador de A uma Hora Incerta que recorda um Portugal vigiado pela PIDE
De onde vem o título A uma Hora Incerta e porque o escolheu?
Vem de um poema de Primo Levi que se chamaSobrevivente. É uma citação de um outro poema, de Coleridge, que por sua vez se inspirou num provérbio latino, "mors certa, hora incerta", ou seja, a morte está certa, mas a sua hora não se conhece. Gosto muito da expressão, porque não é só a morte que é incerta, mas a própria vida - a única coisa que não é incerta é que nascemos. E creio que as personagens vivem, de facto, uma hora incerta.
Será o filme uma crónica histórica, sobre o ano de 1942, que se vai transformando numa parábola?
Parábola não sei se será o termo... Para mim, é uma história de amor de uma rapariga que quer ser reconhecida pelo pai. Creio que não será um acaso que os meus filmes tenham sempre um pano de fundo histórico, como se a história tivesse mais ou menos a mesma importância que um cenário. 

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