sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Solveig Nordlund: Lobo Antunes à vista desarmada

Nasceu em Estocolmo, há 68 anos, mas já é mais portuguesa do que sueca. E a ninguém caberia melhor a primeira adaptação ao cinema de um romance de Lobo Antunes do que a Solveig Nordlund. Ela que já realizou dois documentários sobre o escritor, em 1997 e 2010. Dividindo o seu percurso entre o cinema e o teatro, Solveig tem uma predileção pela adaptação de obras literárias. Já transportou para o grande ecrã textos de J. G. Ballard, Henning Mankell, Grete Roulund ou Richard Zimler. E fez documentários sobre vários escritores e artistas. Desde A Filha, de 2003, que não realizava uma longa de ficção.




JL: A escrita de António Lobo Antunes é difícil passar ao cinema. Que solução encontrou?
Solveig Nordlund: Limitei-me de certa maneira à história. Usando uma certa liberdade no tempo e no espaço, tentei imitar a técnica que ele tem de partir de uma personagem para outra, sem grande explicação ou transição. Mas claro que não é como no livro. Quando escreve ele muda de personagem a meio de uma frase. O meu cinema é realista, por isso não seria possível, a não ser que fizesse um filme mais experimental. Mas isto é só uma história contada com frases de Lobo Antunes e, nos momentos mais emocionais, dou-me a liberdade de passar de uma coisa para outra sem mais.


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