quarta-feira, 25 de maio de 2016

Siza desembrulhou a "prenda" que Portugal quis dar a Veneza

Álvaro Siza foi o foco de todas as atenções na abertura do Pavilhão de Portugal na 15.ª Bienal de Veneza. Onde António Costa defendeu que a arquitectura “é a chave para a integração social e a grande arma contra o medo, a xenofobia e o fecho das fronteiras”.
Chega-se à ilha da Giudecca voltando as costas – mas sem nunca deixar de olhar para trás – ao recorte único da frontaria contígua à Praça de S. Marcos. Ao desembarcar na paragem de vaporetto de Zitelle, o visitante pode escolher entre ver a exposição de fotografia de Helmut Newton – White Women, Sleepless Nights e Big Nudes – no velho palacete Tre Oci, ou o Pavilhão de Portugal, intitulado Neighbourhood – Where Álvaro Meets Aldo, também publicitado num outdoor à borda da laguna.
Como também Siza teve em Veneza, até meados deste mês, uma exposição de desenhos eróticos com o seu colega italiano Carlo Scarpa (1906-1978), na Fundação Querini Stampalia, e porque o tempo agora é da Bienal, seguimos em direcção à arquitectura. Somos guiados pelo painel em que o arquitecto português surge fotografado, como viajante e como um cidadão igual aos outros, nos quatro bairros – Giudecca, Haia, Berlim e Porto – que desenhou desde a década de 1970, quando achou que a habitação social tinha dignidade e importância suficientes para reivindicar a arquitectura.

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