sexta-feira, 24 de abril de 2015

Cinema: Capitão Falcão/ Crítica



                                                                                    Uma sátira sobre o salazarismo
Revisitar as memórias do Estado Novo em registo satírico? Por que não? O problema não é esse e não adianta penalizar Capitão Falcão por aquilo que não tem para dar: uma perspectiva histórica (seja ela qual for) que tente olhar para a ditadura salazarista como algo mais do que um buraco negro sem gente viva lá dentro. Infelizmente, o projeto esgota-se na criação de uma personagem - um "super-herói" ao serviço de Salazar - que tem a espessura e a duração de um clip do YouTube. É pena, quanto mais não seja porque se sente que estamos perante uma produção executada com know how técnico e também porque não deixa de ser penoso ver atores com o talento de Gonçalo Waddington a tentarem sustentar um universo à deriva. Reabre-se, assim, a reflexão sobre as diferenças entre inventar "bonecos" mais ou menos caricaturais e construir uma narrativa cinematográfica. De João Lopes.


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