quinta-feira, 24 de abril de 2014

O 25 de Abril e a (re)invenção do património cultural português


 Os sinos das aldeias tocarão de novo, se os povos sentirem que, tal com dos seus baldios, estão também a ser desapossados da sua memória, condição vital da sua saúde.

Mesmo aqueles que defendemos ter o 25 de Abril de 1974 sido revolução e não mero golpe de Estado, caímos demasiadas vezes na armadilha de nos fixarmos no lado mais “acontecimental” do mesmo. Ora, para atingir a verdadeira dimensão do “dia inicial inteiro e limpo” que a vida nos deu o prazer ter vivido, é necessário ir mais fundo, abrangendo a história das mentalidades e a história dos saberes.

O domínio do património cultural em sentido amplo pode constituir um campo de análise especialmente revelador, porque nele se juntam os pontos de vista das classes urbanas com os dos povos das aldeias, na defesa de bens (materiais) e valores (imateriais) que ambos consideramos memoráveis.

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