domingo, 7 de dezembro de 2014

Cinema: "O mais notável é a maneira como o Pedro Costa comunica com as pessoas"

Quando chega às salas Cavalo Dinheiro, o DN entrevista Abel Ribeiro Chaves. O dono de uma loja de produtos de vídeo é o produtor de Pedro Costa, uma aliança desconcertante
Como se consegue ser produtor do nosso cineasta mais aclamado sem se viver do cinema?
Há dez anos que comecei a trabalhar com o Pedro Costa, foi com o Ne Change Rien, mas já antes tínhamos colaborado. Acompanho-o há muito. As câmaras que ele usou no Casa de Lava eram minhas. Lembro-me de que foram alugadas pelo produtor Paulo Branco. Além do mais, o Pedro sempre veio à loja e tornou-se amigo. Sempre foi alguém interessado pela tecnologia e ficava também a falar comigo sobre a vida. Foi No Quarto da Vanda que veio ter comigo, pois precisava de material para filmar num local escuro e pequeno. Naquela altura dei-lhe a conhecer uma câmara Panasonic que estava a sair e depois acompanhei-o muito nessa rodagem. Contava-me muito as histórias das vivências das Fontainhas. Era incrível, muitas vezes ele ia para lá filmar sozinho. Punha a câmara num saco e metia-se muito calmamente no autocarro até às Fonta-inhas. Por acaso, ainda guardo esse saco...


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