quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Alves Redol, o humano para além das ideologias

Quando, em 1939, Alves Redol publica Gaibéus, obra inaugural da literatura neo-realista, Salazar tinha já feito descer sobre Portugal a mão de ferro do regime: estavam proibidos os partidos políticos, existia uma Constituição de inspiração fascista, uma polícia política (PVDE) e a prisão do Tarrafal. Nesse mesmo ano a Alemanha invadia a Polónia, dando origem a um dos episódios mais negros da história europeia recente.

O livro, mais do que um retrato sobre luta de classes na lezíria ribatejana, afirma-se então como uma leitura profética do espírito do tempo e mostra que este autor é dono de uma obra ficcional vasta e complexa que ultrapassa as fronteiras ideológicas.

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