quarta-feira, 18 de abril de 2012

Manuel Alegre diz que o maior défice de Portugal é o do "sonho" e da "poesia"


O histórico socialista Manuel Alegre afirmou, esta segunda-feira, que escrever poesia hoje, quando "predomina o império do dinheiro" e a "cultura da 'troika'", é um "ato de resistência", defendendo que o maior défice do país "talvez" seja o "sonho, o da poesia".
Manuel Alegre falava em Lisboa, à margem da apresentação do seu livro de poemas mais recente, "Nada está escrito".
"A poesia, a escrita e a vida são inseparáveis, mas isto não é um livro politico, é um livro de poesia. Só que eu penso que escrever poesia, neste momento, em que predomina o império do dinheiro, a cultura do número, da cifra, da 'troika', etc., isso é em si mesmo um ato de resistência, mesmo que a poesia esteja a falar de amor, esteja a falar sobre o sentido ou não sentido nenhum das coisas, sobre as transcendências. A poesia em si mesmo é um ato de resistência, sobretudo neste momento, em que a linguagem está ocupada por essas coisas todas", disse o também escritor e ex-candidato presidencial.

Jornal de Notícias.

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