sexta-feira, 8 de julho de 2016

Obra de José Luís Peixoto: A lusofonia que pouco (ou nada) sabe sobre si própria

João Branco chegou de Cabo Verde, onde vive há 25 anos, para estrear uma peça no auditório com o nome da mãe, no Rivoli: Estrangeiras, de José Luís Peixoto.
Há cerca de dez anos, uma peça de teatro levou José Luís Peixoto ao Mindelo, a segunda maior cidade de Cabo Verde, na ilha de São Vicente. Numa oficina de dramaturgia ficou acordado que a sua escrita se havia de cruzar com as encenações de João Branco. Combinaram que haveria de ser sobre Cabo Verde, o país que partilham – onde José Luís Peixoto viveu durante um ano e João Branco vive há 25.
A peça acabou por andar à volta de um triângulo que conta a história da lusofonia contemporânea: um Portugal, um Brasil e um Cabo Verde que não se conhecem entre si. E como nestas coisas “o tempo tem sempre razão”, diz João Branco, Estrangeiras chega aos palcos neste Verão de 2016 em que os dias se vivem quentes pela onda anti-imigração no Reino Unido, com réplicas em vários países da Europa – ou não fossem já mais do que evidentes as sequelas da crise dos refugiados.
É no Teatro Municipal Rivoli, mais concretamente no palco do Auditório Isabel Alves Costa – mãe do encenador , que três mulheres se encontram, cheias de preconceitos sobre as nacionalidades das outras e dúvidas sobre a sua própria identidade.  
Nota: José Luís Peixoto  este em Caracas, em Novembro de 2015, para os actos do aniversário do Instituto Português de Cultura.

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