terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Numa década, cinco milhões de espectadores desapareceram dos cinemas portugueses


2014 foi, tal como o previsto, o pior dos últimos 11 anos em receitas e afluência de espectadores. Venderam-se 12 milhões de bilhetes. E os portugueses viram sobretudo The Hunger Games e Os Maias.
O fosso entre os portugueses e as salas de cinema é cada vez maior – se 2013 já fora o pior da década em termos de idas ao cinema, os dados relativos a 2014 mostram que num ano se perderam mais 400 mil espectadores. E recuando até 2004, quando os cinemas venderam 17,1 milhões de entradas nas salas, constata-se que desapareceram cinco milhões desses espectadores. No ano passado venderam-se apenas 12,1 milhões de bilhetes.
O ano passado tornou-se assim no pior dos últimos 11 anos com receitas de 62,7 milhões de euros – mais uma quebra, desta feita no valor de 2,8 milhões de euros que já não entraram nas bilheteiras em comparação com 2013. A alteração dos hábitos de consumo audiovisual, as novas tecnologias, a pirataria, os preços dos bilhetes e a distribuição geográfica das salas têm sido factores apontados para explicar este declínio.
(...)
Com Os Maias – Cenas da Vida Romântica a confirmar-se como o filme português mais visto (114.817 espectadores e cerca de 568 mil euros de receita de bilheteira), seguido por Virados do Avesso e Os Gatos não Têm Vertigens, em 2014 produziram-se 27 filmes (13 longas e 14 curtas) com o apoio do ICA, informa o organismo, que assinala “um ligeiro aumento em relação às obras produzidas face ao ano anterior”. Mas que é parco em comparação com números que ao longo dos últimos dez anos nunca desceram de uma média de 49 produções e que já em 2013 resvalaram para as 23, na esteira do chamado ano zero do cinema português, assim apelidado por não terem sido abertos concursos de apoio à produção.

Sem comentários: