domingo, 28 de março de 2010

Alexandre Herculano: Homem sem fronteiras


Alexandre Herculano era progressista e conservador, um católico contra o clero, político jornalista. No bicentenário do seu nascimento, redescobre-se um inovador, um revolucionário.

CLÁUDIA LUÍS

Alexandre Herculano nasceu há dois séculos. Viveu 67 anos. O tempo suficiente para ser poeta, historiador, político, jornalista, agricultor, romancista, polemista, tradutor. O suficiente para ser um inovador do seu tempo. Para, hoje, data do seu aniversário, ser importante falar dele.

Foi revolucionário e conservador, um católico contra o Clero, político e jornalista, historiador e ficcionista. Contraditório? Não exactamente. Na perspectiva do historiador Luís Amaral, "um dos aspectos mais fascinantes em Herculano é que, sem ser contraditório, ele tomou uma série de posições que, hoje, nos parecem contraditórias". Já Cândido Beirante, autor de Alexandre Herculano: As faces do poliedro, sublinhou as múltiplas direcções da sua personalidade, ligadas por uma "unidade surpreendente", frisa a investigadora Isabel Mateus. Em Herculano não há fronteiras: todas as aparentes incompatibilidades complementavam-se. O jornalismo era um meio para divulgar ideais políticos, sociais e peças literárias. A investigação histórica garantia-lhe ferramentas para actuar melhor no mundo político e religioso do seu tempo.

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