sábado, 4 de outubro de 2014
Isto é Saramago "vintage"
Alabardas,
Alabardas, o
romance que Saramago deixou inacabado, foi apresentado esta quinta-feira em
Lisboa na Fábrica de Braço de Prata, que aparece referida nesta obra sobre a
indústria da guerra. É Saramago no seu melhor, “vintage”, diz o editor
brasileiro.
Hoje as salas e corredores onde chegaram a trabalhar 12 mil operários estão
cheias de livros, pintura e fotografia. A maquinaria onde se produziam
espingardas e munições desapareceu e há agora um café, espaços de concerto e
pequenas galerias, pessoas a tomarem o pequeno-almoço e crianças a fingirem que
lêem muito baixinho sentadas em bonecos insufláveis. Na Fábrica de Braço de Prata
já não se fazem armas, mas a memória desse passado – que faz parte das memórias
do próprio José Saramago, que estudou num liceu a pouco mais de 100 metros –
ainda lá estão.
“José escolheu esta fábrica porque era muito
importante na época em que estava a funcionar e porque se lembrava dela, dos
operários, da fachada”, diz Pilar del Río, mulher e presidente da fundação do
Nobel da Literatura que morreu em 2010, deixando por acabar o romance Alabardas,
Alabardas, Espingardas, Espingardas, que esta manhã foi apresentado neste
complexo fabril desactivado na década de 1990. Pilar não acredita que Saramago
soubesse que a fábrica se tinha transformado num centro cultural quando a foi
buscar como referência para a sua Produções Belona S.A….
Etiquetas:
José Saramago
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