terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Comer bacalhau no Natal é como rebobinar uma cassete


Não é pescado nas costas portuguesas, mas está praticamente em todas as consoadas. Cozido, “com todos”, no forno, com broa, o bacalhau é sinónimo de Natal. Quando é que começou exactamente a tradição em Portugal não se sabe com rigor. Mas a relação dos portugueses com o bacalhau seco é fortíssima: Portugal é o maior consumidor de bacalhau do mundo, sendo responsável por 25% do consumo global.
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A tradição nasceu porque a véspera de Natal era um período de abstinência de carne, explica José Manuel Sobral, autor de vários estudos sobre a relação entre o bacalhau e os portugueses. “Impôs-se porque chegava ao interior do país. A carne significava o pecado, a luxúria e portanto a véspera de Natal era também um dia de purificação até à meia-noite.” Mas, à medida que o consumo do bacalhau crescia e a sua culinária se alargava, “o que começou por penitência transformou-se em prazer”.
A popularidade estará ainda ligada ao facto de o bacalhau se ter ancorado na refeição “mais importante do ponto de vista familiar em Portugal”. Deu-lhe a importância social que tem hoje, transformando-o num alimento icónico.


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