domingo, 13 de janeiro de 2013
Neurocientista António Damásio: "A política de austeridade desenfreada não tem viabilidade"
O neurocientista António Damásio considera que não está a
fazer nenhuma descoberta científica quando critica a forma como se aplica a
austeridade em países como Portugal: "Basta olhar para factos que diversos
economistas e políticos reconhecem."
António Damásio destaca esta situação na longa entrevista que dá ao QI a
propósito da reedição revista e atualizada do seu livro "Ao Encontro de
Espinosa". Ressalva que comenta a crise porque "toda a minha visão da
biologia humana está centrada no problema da sobrevivência e da regulação de
vida". Daí que refira sobre a economia: "É uma projeção da nossa
própria biologia e todos os ajustes técnicos e morais que fazemos dentro de uma
economia têm a ver com a forma como indivíduos poderão ou não sobreviver."
Para o cientista, que estuda as emoções e os sentimentos, está claro que
os efeitos da "austeridade desenfreada" vão levar, inevitavelmente, a
uma depressão social em países como Portugal, Grécia ou Espanha porque,
explica, "têm servido de cobaias para uma experiência".
Na entrevista, António Damásio aborda também as questões da ética e
afirma que "é possível continuar a ser ético mesmo em depressão
económica". Dá como exemplo que durante a grande depressão dos anos 30 a
ética não foi removida da sociedade mas, alerta, "que não é possível é
manter situações de crise durante muito tempo sem que haja prejuízos para a
prática da ética"
Etiquetas:
António Damásio
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