No Brasil, tratava-se
fundamentalmente de sacrificar o trema e o acento agudo em meia dúzia de casos.
E ninguém se resignava às regras absurdas de emprego do hífen... Com isso,
bastou o abaixo-assinado de uns 20 mil cidadãos para se adiar a aplicação de
uma coisa trapalhona denominada Acordo Ortográfico (AO). Os políticos ouviram a
reclamação, estudaram-na e assumiram-na, e a sr.ª Rousseff decidiu.
Em Portugal, o número de
pessoas que tomaram posição contra o AO já ultrapassava as 120 mil em Maio de
2009. Hoje, e considerando tanto o Movimento contra o AO de então como a actual
Iniciativa Legislativa de Cidadãos (ILC) com a mesma finalidade, esse número é
incomparavelmente mais elevado.
Portugal bem pode propor a
todos os quadrantes ideológicos e parlamentares da sua classe política que se
assoem agora a este cruel guardanapo.
Faltou-lhes a coragem de
respeitar as opiniões autorizadas, a capacidade de reflectir com lucidez sobre
o assunto, a vontade cívica de se informarem em condições.
Acabaram a produzir este lindo
serviço, com a notável excepção do relatório Barreiras Duarte, aprovado por
unanimidade na Comissão Parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura (Abril de
2009), mas que não teve qualquer efeito prático.
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