quinta-feira, 2 de abril de 2015
Morreu Manoel de Oliveira. Como queria, filmou até ao fim
Em
2010, num artigo para o PÚBLICO, em "defesa do cinema português",
escreveu que pensava nas condições cada vez mais difíceis dessa coisa de fazer
filmes em Portugal. Que pensava nos seus colegas.
"Eles, como eu, sempre viveram na
precariedade e na insegurança, sem reforma nem subsídio de desemprego, e sem
nunca sabermos se não estaremos a fazer o nosso último filme. Eles, como eu, só
temos um desejo: todos ambicionamos morrer a fazer filmes." Morreu esta
manhã o realizador Manoel de Oliveira. Tinha 106 anos. Morreu em casa, soube o
PÚBLICO junto de fonte próxima da família.
Quando,
jovem de 20 anos, começou a frequentar os meios do cinema, este dava ainda os
primeiros passos como nova forma de expressão artística, mesmo se com a energia
inovadora da narrativa de um David W. Griffith, do expressionismo alemão de um
Wilhelm F. Murnau, ou do realismo soviético de um Sergei M. Eisenstein. Em
1928, matriculou-se na Escola de Actores de Cinema fundada no Porto pelo
realizador italiano Rino Lupo, e faz uma pequena figuração no seu filme Fátima
Milagrosa. Era o hobby de um jovem dandy, que por esses
anos se entretinha também a praticar atletismo e a desafiar a gravidade no
trapézio do Teatro-Circo Carlos Alberto.
Etiquetas:
Manoel de Oliveira
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