domingo, 31 de janeiro de 2016
Viriato, herói mítico da Lusitânia Romana…
Os relatos mais pormenorizados sobre
Viriato, o mítico herói da resistência indígena contra os ocupantes, também se
devem a um grego, Diodoro da Sicília (c. 90 a.C. – a 30 a.C.), que o descreve
como um chefe justo, corajoso, sóbrio e amado pelos seus homens, mas que acaba
assassinado por três dos seus colaboradores mais próximos, graças a um suborno
de Roma. “Este Viriato é uma construção filosófica que tem muito pouco a ver
com a figura histórica, de que não se sabe praticamente nada, a não ser que era
um líder tribal que fez frente aos romanos”, diz Carlos Fabião. “Este herói é
um produto da cultura clássica, um defensor da pátria – aqui e em Espanha, é
preciso não esquecer que Viriato não é um exclusivo português – antes de ela
existir. É uma construção absolutamente anacrónica.”
Verdadeiro ou não, o que sabemos
ou julgamos saber dos lusitanos tem muito a ver com esta narrativa ficcional, a
de um Viriato que faz parte do panteão dos heróis que combateram Roma. O que a
exposição do museu de Arqueologia nos mostra é uma Lusitânia que é produto não
do confronto, mas da integração, traçando o perfil de um território que, mesmo
depois de conquistado, manteve boa parte da sua organização social, dos seus
hábitos e até dos seus deuses.
Etiquetas:
Arqueologia
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário