terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Sequeira: o pintor a quem Portugal nunca chegou

Quem olha para a Adoração dos Magos que está agora em exposição no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, sabendo que é uma obra de fim de vida, dificilmente deixará de pensar no seu autor. Que tipo de homem seria? Que vida foi a que levou? Em que é que acreditava? E o que é que, afinal, nos diz a luz dourada que marca esta cena bíblica, uma das quatro que compõem um testamento singular, feito em forma de pintura?
Domingos António de Sequeira, pintor régio, por vezes professor a contragosto, artista de múltiplos interesses, foi, concordam os historiadores, um dos melhores da arte portuguesa do seu tempo. Esta Adoração, assim como as outras três obras que integram a chamada "série Palmela" – Descida da CruzAscensão e Juízo Final –, executada entre 1827 e o começo da década de 1830, reflecte a sua qualidade, mas também um pouco da sua maneira de ser, ou, pelo menos, do modo como encarava a arte e a vida, espreitando o futuro e recebendo-o até com algum do entusiasmo próprio da descoberta, mas sem nunca esquecer as lições do passado.


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