domingo, 31 de janeiro de 2016
Hoje na História: Revolta de 31 de Janeiro de 1891...
No dia 31 de Janeiro de 1891, na cidade do Porto, registou-se um
levantamento militar contra as cedências do Governo (e da Coroa) ao ultimato
britânico de 1890 por causa do Mapa Cor-de-Rosa, que pretendia ligar, por terra, Angola a Moçambique.
A 1 de Janeiro de 1891
reuniu-se o Partido Republicano em congresso, de onde saiu um directório eleito
constituído por: Teófilo Braga,Manuel de Arriaga, Homem Cristo,
Jacinto Nunes, Azevedo e Silva, Bernardino Pinheiro e Magalhães
Lima.
Estes homens
apresentaram um plano de acção política a longo prazo, que não incluía a
revolta que veio a acontecer, no entanto, a sua supremacia não era reconhecida
por todos os republicanos, principalmente por aqueles que defendiam uma acção
imediata. Estes, além de revoltados pelo desfecho do episódio do Ultimato,
entusiasmaram-se com a recente proclamação
da República no Brasil, a 15 de Novembro de 1889.
As figuras cimeiras da
"Revolta do Porto", que sendo um movimento de descontentes grassando
sobretudo entre sargentos e praças careceu do apoio de qualquer oficial de alta
patente, foram o capitão António Amaral Leitão, o alferes Rodolfo Malheiro, o tenente Coelho, além dos
civis, o dr. Alves da Veiga, o actor Miguel
Verdial e Santos Cardoso, além
de vultos eminentes da cultura como João Chagas, Aurélio da
Paz dos Reis, Sampaio Bruno, Basílio Teles, entre outros.
Nota: Aurélia da Paz dos Reis, viriam a ficar na história como o fundador do cinema português.
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História
Viriato, herói mítico da Lusitânia Romana…
Os relatos mais pormenorizados sobre
Viriato, o mítico herói da resistência indígena contra os ocupantes, também se
devem a um grego, Diodoro da Sicília (c. 90 a.C. – a 30 a.C.), que o descreve
como um chefe justo, corajoso, sóbrio e amado pelos seus homens, mas que acaba
assassinado por três dos seus colaboradores mais próximos, graças a um suborno
de Roma. “Este Viriato é uma construção filosófica que tem muito pouco a ver
com a figura histórica, de que não se sabe praticamente nada, a não ser que era
um líder tribal que fez frente aos romanos”, diz Carlos Fabião. “Este herói é
um produto da cultura clássica, um defensor da pátria – aqui e em Espanha, é
preciso não esquecer que Viriato não é um exclusivo português – antes de ela
existir. É uma construção absolutamente anacrónica.”
Verdadeiro ou não, o que sabemos
ou julgamos saber dos lusitanos tem muito a ver com esta narrativa ficcional, a
de um Viriato que faz parte do panteão dos heróis que combateram Roma. O que a
exposição do museu de Arqueologia nos mostra é uma Lusitânia que é produto não
do confronto, mas da integração, traçando o perfil de um território que, mesmo
depois de conquistado, manteve boa parte da sua organização social, dos seus
hábitos e até dos seus deuses.
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Arqueologia
Lusitânia, uma terra no fim do mundo...
Exposição no
Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa, recua dois mil anos para nos trazer
uma província fundada pelo primeiro dos imperadores romanos, Augusto. Um
território periférico que exportava minério e conservas de peixe, que o mito
fez terra de nereides e cavalos velozes. Até 30 de Junho.
É através do olhar do outro, o
invasor, que a conhecemos. Foram os gregos e depois os romanos, que a
conquistaram passados 200 anos, que fizeram o retrato dos povos que ali
encontraram. Dois milénios depois a Lusitânia continua a ser, nos livros, o
extremo ocidental de um império que já não existe, finisterra que
exportava minério e conservas de peixe, com uma porta aberta para o oceano.
Província que tinha em Mérida
a sua capital – Augusta Emerita, assim se chamava, mandada
construir em 25 a.C. pelo próprio Augusto, primeiro grande imperador romano –
era vista como o fim do mundo conhecido. Periférica pela geografia, a Lusitânia
foi fundada entre 16 e 13 a.C. e foi ganhando importância, primeiro por causa
dos minérios do sul da Península Ibérica e depois, com a conquista da Britânia
e o apoio às legiões nela envolvidas, como território em que o Mediterrâneo e o
Atlântico se encontravam.
Lusitânia
Romana: Origem de Dois Povos, a exposição
que acaba de ser inaugurada no Museu Nacional de Arqueologia (MNA), em Lisboa,
viaja até este território pouco conhecido do império romano, que ocupava grande
parte de Portugal, entre o Douro e o Algarve, a actual Extremadura espanhola e
uma pequena porção da Andaluzia.
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Arqueologia
sábado, 30 de janeiro de 2016
Concurso Lusófono da Trofa 2016: Candidaturas abertas até 31 de maio
A Câmara da Trofa lançou a edição 2016 do Concurso
Lusófono da Trofa, uma iniciativa apoiada pelo Camões, I.P. destinada a
promover a literatura infantil.
As candidaturas aos prémios Matilde Rosa
Araújo, lusofonia e ilustração deverão ser entregues até às 18h00 de 31 de maio
de 2016.
O concurso pretende “divulgar autores de língua
oficial portuguesa” e “estimular hábitos de leitura e de escrita criativa”,
sendo aberto às participações de Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique, S. Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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Instituto Camões
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
Centenário do nascimento de Vergílio Ferreira
No dia 28 de janeiro de 2016 comemora-se
o Centenário do nascimento de Vergílio Ferreira. As comemorações
oficiais decorrem em Gouveia, cuja Biblioteca Municipal detém o nome do
escritor. Incluem o lançamento da reedição das obras do autor (pela editora Quetzal),
a reposição de um busto na praça de São Pedro (no centro da cidade de Gouveia),
a inauguração de uma exposição e a realização de um colóquio.
No dia 29, às11 horas, o Ministro da Cultura, João
Soares, estará na cerimónia de reposição do busto de Vergílio Ferreira, na
praça de São Pedro, seguindo-se, no Museu Municipal de Arte Moderna Abel Manta,
a inauguração da exposição “Vergílio Ferreira: Os Caminhos da Escrita ou O
Fascínio da Arte”, que ficará patente ao público até 26 de março.
O auditório da Biblioteca Municipal Vergílio Ferreira,
recebe no sábado, às15h00, o colóquio “Vergílio Ferreira: Evocação, Evocações”,
com a presença de diversas personalidades, como Fernanda Irene Fonseca,
Francisco José Viegas, Liberto Cruz, Eduardo Pereira, José Gameiro e Alípio de
Melo. O colóquio pretende evocar um dos mais marcantes escritores de Língua
Portuguesa, mas também passar para o público aspetos menos conhecidos ou pouco
abordados sobre o intelectual, o amigo e o professor. Da obra do escritor
destacam-se livros como Manhã Submersa (1954), Aparição (1959), Para
Sempre (1983), Rápida, a Sombra (1974), entre outros.
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Vergílio Ferreira
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
Portugal e Cuba reforçam relações culturais e académicas
Reitor da Universidade de Havana aceita convite do Camões, I.P. para
visitar Portugal
O relacionamento cultural entre Portugal e Cuba está a
registar um salto qualitativo na sequência da assinatura, em dezembro de 2015,
de um Protocolo de Cooperação entre o Camões - Instituto da Cooperação e da
Língua, I.P. e a Universidade de Havana para a criação de um leitorado de
Língua Portuguesa, um processo que está já em fase de implementação. O Reitor
da Universidade de Havana, Gustavo Cobreiro Suárez, aceitou entretanto o
convite endereçado pelo Camões, I.P. para visitar Portugal.
A deslocação do Embaixador de Portugal em Cuba, Luís
Faro Ramos, à Universidade de Havana, no dia 19 de janeiro de 2016, constituiu
mais um passo no reforço das relações entre os dois países. O Reitor daquela
instituição de ensino superior mostrou interesse em estabelecer ações de
cooperação com as Universidades de Lisboa, Coimbra, Porto e Évora. Este
encontro serviu para estabelecer as bases que poderão levar à criação de
núcleos de investigação para doutoramentos, pós-doutoramentos, de intercâmbio
de professores e do leitorado de Português.
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Instituto Camões
Língua portuguesa passa a integrar ensino público do Luxemburgo
A língua portuguesa vai ser um dos idiomas ensinados
na Escola Internacional de Differdange, um estabelecimento de ensino público
cuja criação foi aprovada pelo Parlamento luxemburguês no dia 19 de janeiro de
2016. Esta é a primeira vez que o português integra o programa do ensino
público no Luxemburgo.
A escola primária e secundária, que deverá abrir em
setembro no sul do Grão-Ducado, vai ter duas secções linguísticas, uma
francófona e outra anglófona, podendo os alunos optar por uma segunda língua
desde o primeiro ano de escolaridade, entre francês, alemão, inglês e
português.
A Escola Internacional de Differdange surge em
resposta ao crescente número de alunos estrangeiros no Luxemburgo, a maioria
portugueses.
De acordo com o projeto de criação da escola, "é
da responsabilidade do Estado [luxemburguês] propor um sistema educativo
público em que cada aluno tenha hipótese de sucesso, independentemente da
língua falada em casa", num "esforço para integrar os alunos
estrangeiros".
- See more at: http://www.instituto-camoes.pt/lingua-e-cultura/lingua-portuguesa-integra-ensino-publico-do-luxemburgo#sthash.3KfZIvyX.dpuf
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Instituto Camões
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
Musical "Eusébio" no palco dos coliseus
Atores como Sofia Escobar, Cláudia Semedo, Diogo Amaral e João Ricardo
integram o elenco da peça "Eusébio - um hino ao futebol"
O espetáculo, um musical, tem
texto de Ana Rangel e direção musical de Artur Guimarães. Sobe aos palcos dos
coliseus de Lisboa e Porto de 6 a 17 de abril e de 12 a 15 de maio,
respetivamente. A encenação é de Matilde Trocado.
O projeto foi apresentado esta
segunda-feira pelo presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando
Gomes na presença da mulher e das filhas de Eusébio, falecido no dia 5 de
janeiro de 2014.
Por motivo de doença, Luís Filipe
Vieira, presidente do Benfica, não esteve presente neste evento, tendo sido
representado pelo vice-presidente Alcino António. "O Benfica deve-lhe
muita inspiração e talento. Mas o Eusébio também era um artista e uma
referência do país. O Benfica nunca o fez refém do clube".
Ainda o aniversário do IPC...
O escritor José
Luís Peixoto, aquando da sua visita a Caracas com motivo do XXX aniversário
do Instituto Português de Cultura (IPC), durante a qual cumpriu com um
amplo programa de atividades, deixou no
Livro de Visitantes um texto que queremos partilhar com os nossos leitores.
Diz assim:
“Comovido,
nestas páginas, despeço-me deste lugar
onde tenho sido feliz e desta gente que, agora, sei que posso chamar amigos.
Que estas palavras transportem também a minha gratidão e certeza que, deste
lado, podem sempre contar com a minha estima e, na medida das minhas
possibilidades, dos meus préstimos.
Ainda aqui e agora a pensar no dia em que nos reencontraremos.
José Luís Peixoto
Caracas, 4 Dez 2015”
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José Luís Peixoto
terça-feira, 26 de janeiro de 2016
HORA DOS PORTUGUESES VENEZUELA (
Ainda o aniversário do IPC...
21 JAN, 2016 | Episódio 58
Com motivo do XXX Aniversário do IPC, a
RTP, no seu programa Hora dos Portugueses cobriu o evento realizado na livraria
El Buscón de Caracas. A nota pode ler-se no Facebook do programa e para escutar
a peça áudio-visual basta clicar o enlace que aparece no final desta nota...
A Fundação Instituto Português de Cultura é uma
organização não-governamental, cujo objetivo fundamental é a difusão da Cultura
Portuguesa na Venezuela, na medida em que é um valor que afirma a identidade
nacional dos portugueses num mundo globalizado. O Instituto Português de
Cultura (IPC), fundação sem fins de lucro, cuja certidão de nascimento data de
30 de Novembro de 1985, não é mais do que a necessidade
jurídica de dar continuidade aos trabalhos da Comissão Fernando Pessoa.
Os
atos do 30.º aniversário do Instituto Português de Cultura. A livraria “El
Buscón” foi um dos sítios de encontro que contou com vários representantes das
diversas associações, academias e sociedades da comunidade portuguesa.
João da Costa, presidente do IPC falou sobre as atividades do instituto que contou com o convidado especial, o romancista, poeta e dramaturgo José Luís Peixoto.
João da Costa, presidente do IPC falou sobre as atividades do instituto que contou com o convidado especial, o romancista, poeta e dramaturgo José Luís Peixoto.
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IPC,
José Luís Peixoto
Prémio Jacinto do Prado Coelho é entregue hoje a Seabra Pereira e Cabral Martins
O Prémio de Ensaio
Jacinto do Prado Coelho é entregue hoje aos investigadores José Carlos Seabra
Pereira e Fernando Cabral Martins, distinguidos ex-aequo pela Associação
Portuguesa dos Críticos Literários, que atribui o galardão.
José Carlos Seabra Pereira foi
distinguido pela obra "Aquilino, a escrita vital", e Fernando Cabral
Martins, por "Introdução ao estudo de Fernando Pessoa".
Seabra Pereira afirma que
Aquilino Ribeiro (1885-1963) é um "autor invulgar e excelente
realizador", "desde cedo alvo de uma fortuna crítica que importa hoje
rever", defende o ensaísta na obra premiada, editada pela Babel.
Professor associado da
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Seabra Pereira dirige o
Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura. Licenciado em Filologia Românica,
é doutorado pelas universidades de Poitiers, em França e Coimbra.
A obra "Introdução ao
estudo de Fernando Pessoa", de Cabral Martins, foi editada pela Assírio
& Alvim, que, na sinopse divulgada, atestou: "Esta introdução a
Fernando Pessoa percorre toda a história da escrita e as essenciais linhas temáticas
da sua obra".
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Fernando Pessoa
Palácio da Bolsa do Porto recebeu 290 mil visitantes em 2015
A grande maioria dos
visitantes do Palácio da Bolsa, um dos monumentos mais procurados da cidade,
são estrangeiros. O Palácio da Bolsa, sede da Associação Comercial do Porto,
anunciou esta terça-feira ter recebido cerca de 290 mil visitantes em
2015, estabelecendo um novo recorde de procura turística, que se traduz num
aumento de 14% face a 2014. A grande maioria dos visitantes do Palácio da
Bolsa, um dos monumentos mais procurados da cidade, são estrangeiros, com
destaque para os provenientes de França, Espanha, Alemanha, Brasil e Estados
Unidos da América. "Ao longo de 2015, houve 288.705 turistas a participar em
visitas guiadas ao Palácio da Bolsa, vislumbrando a magnificência dos seus
corredores e dos seus espaços -- com principal destaque para o Pátio das
Nações, cujo restauro dos 20 brasões da cúpula foi em fevereiro, e para o áureo
Salão Árabe", refere a instituição, em comunicado.
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Arquitectura
Lusitânia, a terra que os romanos demoraram 200 anos a ganhar
O
Museu Nacional de Arqueologia mostra a partir de hoje uma exposição que reúne
estátuas, utensílios e marcas da província que ia do Douro ao Algarve e se
estendia até Espanha.
É preciso recuar a
antes de Cristo para situar o nascimento da Lusitânia romana, a província que
une parte do território que é hoje Portugal e parte Espanha. Mais precisamente:
abaixo do Douro e até ao Algarve, parte da Extremadura espanhola e uma pequena
parte da Andaluzia. A época do nascimento de Augusta Emerita, Mérida, fundada do
zero , como Brasília, compara José María Álvarez Martínez, diretor do Museu
Nacional de Arte Romana da cidade espanhola e comissário da exposição. Foi lá
que a exposição Lusitânia Romana se viu primeiro, entre março e . Hoje é
inaugurada no Museu Nacional de Arqueologia (MNA).
Fronteiras à parte, 20
séculos depois, o museu espanhol e o museu português reuniram 210 peças (81 de
Portugal e 129 de Espanha), entre elas vários tesouros nacionais, das guerras
pela conquista do território ao legado que este povo deixou em localidades tão
distintas como Bobadela, em Oliveira do Hospital, a Quinta das Longas, em Évora
ou Almendrejo, perto de Badajoz. O abastecimento das populações faz-se por via
marítima, do Mediterrâneo até ao porto de Olissipo, (Lisboa) e também pelo
Tejo. "A margem está marcada por um caminho de sirga que servia para os
animais puxarem barcaças", explica Carlos Fabião, professor da Faculdade
de Letras.
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Arqueologia
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
João de Melo vence Prémio Literário Vergílio Ferreira 2016
O escritor
açoriano João de Melo foi escolhido como o 20.º vencedor do galardão
atribuído pela Universidade de Évora (UÉ), revelou à agência Lusa fonte da
academia alentejana
O vencedor da
20.ª edição do galardão foi escolhido, ao final da manhã de hoje, durante uma
reunião do júri do prémio, presidido por António Sáez Delgado e que, este ano,
integra Elisa Esteves, Gustavo Rubim, Carlos Reis e a escritora Lídia Jorge.
Instituído pela
Universidade de Évora (UÉ) em 1997, o Prémio Vergílio Ferreira destina-se a
galardoar, anualmente, o conjunto da obra literária de um autor de língua
portuguesa relevante no âmbito da narrativa e/ou ensaio.
A academia
revelou que, na edição deste ano do galardão, a que teve "mais
candidatos" desde sempre, "oriundos de três países", o júri
escolheu o vencedor "por maioria".
"O júri
congratulou-se pela alta qualidade das candidaturas apresentadas" e
deliberou atribuir o prémio a João de Melo por considerar que a obra ficcional
deste escritor é "reveladora de um imaginário transfigurador
poderoso".
O que faz da obra
de João de Melo, segundo o júri, "uma das mais relevantes da sua
geração".
A cerimónia de
entrega do 20.º Prémio Vergílio Ferreira está agendada para 01 de março, data
em que se assinala a morte do escritor que dá nome ao galardão.
Este ano, realçou
a UÉ, a sessão está integrada "num grande congresso internacional"
comemorativo do centenário do nascimento do escritor, intitulado "Vergílio
Ferreira: Entre o Silêncio e a Palavra Total".
O Prémio Vergílio
Ferreira foi atribuído, pela primeira vez, a Maria Velho da Costa, seguindo-se
Maria Judite de Carvalho, Mia Couto, Almeida Faria, Eduardo Lourenço, Óscar
Lopes, Vítor Manuel de Aguiar e Silva e Agustina Bessa-Luís.
domingo, 24 de janeiro de 2016
O Antunes pega-se?
Qual é a
marca dele em quem escreve? Seis escritores falam de uma influência, apontam a
excelência e a fragilidade, sublinham a presença indelével da biografia na obra
de um escritor que ousou revelar-se “furiosamente” e aprendeu a esconder-se num
jogo que parece o de um eterno aperfeiçoamento.
“Cuidado que o Antunes pega-se”,
ou talvez se apanhe, “como uma gripe”. Não estamos num romance, mas quase
parece possível escutar nestas metáforas a voz que atravessa, em muitos
múltiplos, os livros de António Lobo Antunes. Mais biográfica no início, mais
elaborada e esquiva nos livros mais recentes, e apontando para muitas outras
possíveis. Como no último, Da
Natureza dos Deuses, quando através da fala de uma mulher se interpõem
outras hipóteses de ser, de falar: “… felizmente nasci em Lisboa apesar de
correr o risco de não ser esta, se calhar sou mais bem tratada do que esta, se
calhar casei-me, se calhar toquei violino ou morri de amor por um veterinário,
qual será o meu nome, gosto de Irene, não gosto de Noémia, faz-me lembrar uma
colega da escola que se chamava Lucinda mas tinha tudo de Noémia, até a cova do
queixo e as sardas dos braços, apontem-me uma Noémia gorda que não encontro
nenhuma, a da capelista um pau de virar tripas, uma das dactilógrafas do
escritório enchumaços no peito, que ela encaixa melhor convencida de que não
topamos, prefiro Irene ao meu nome, ou Cândida, ou Ester, que deixam sabores
diferentes na boca, o meu insonso como a palavra dióspiro ou a palavra lâmpada,
pronunciamo-las para dentro, a imaginar que sim, e deitadas cá para fora
monótonas, o que as fantasias enganam…”
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Lobo Antunes
sábado, 23 de janeiro de 2016
Morreu a escultora Graça Costa Cabral
A escultora Graça Costa Cabral, de 76 anos, faleceu na quinta-feira à
noite, anunciou esta sexta-feira a direção do Centro de Arte e Comunicação
Visual (Ar.Co), em Lisboa, da qual foi fundadora.
De acordo com a entidade, que
anunciou a morte da escultura na rede social facebook, o corpo da artista
plástica vai estar em câmara ardente a partir das 19 horas, na Igreja Nossa
Senhora da Encarnação, ao Chiado, em Lisboa.
No sábado, será celebrada uma
missa na mesma igreja, pelas 12 horas.
Nascida em São Miguel, nos
Açores, em 1939, Graça Costa Cabral tirou o curso de Escultura na Escola
Superior de Belas Artes de Lisboa, e vivia e trabalhava em Lisboa.
Foi, com o marido, Manuel Costa
Cabral, fundadora do Ar.Co., em 1973, e ao longo de mais de 40 anos acompanhou
o centro de artes como professora, responsável por setores de formação, e
presidente da direção.
Associação cultural sem fins
lucrativos, com estatuto de utilidade pública, o Ar.Co dedica-se desde a
fundação à experimentação, formação e divulgação das artes e disciplinas da
comunicação visual, desde o desenho, fotografia, pintura, escultura, joalharia
e cerâmica. In Jornal de Notícias.
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Escultura
Morreu o arquiteto Nuno Teotónio Pereira
O arquiteto Nuno Teotónio Pereira, de 93 anos, uma das mais destacadas
figuras do urbanismo e da habitação em Portugal, morreu, esta quarta-feira, em
Lisboa.
Nascido em Lisboa, em 1922,
formou-se em arquitetura pela Escola de Belas Artes de Lisboa, foi autor e
coautor de dezenas de projetos e também um histórico defensor de direitos
cívicos e políticos durante o regime salazarista.
Em abril de 2015, Nuno Teotónio
Pereira foi distinguido com o Prémio Universidade de Lisboa 2015, pelo exercício
"brilhante" na área da arquitetura e como "figura ética".
São da sua autoria - ou em
coautoria com arquitetos como Nuno Portas, Bartolomeu Costa Cabral e João
Braula Reis - o Bloco das Águas Livres, classificado em 2012 como monumento de
interesse público, a Torre de Habitação Social nos Olivais Norte, o chamado
Edifício "Franjinhas" e a Igreja do Sagrado Coração de Jesus,
projetos realizados em Lisboa, distinguidos com Prémios Valmor.
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Arquitectura
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
Cinema: Cartas da Guerra a concurso em Berlim 2016
Adaptação de
António Lobo Antunes por Ivo Ferreira faz parte da selecção oficial do certame
alemão, a par dos novos filmes de André Téchiné, Gianfranco Rosi ou Thomas
Vinterberg.
Quatro anos depois de Tabu, de Miguel Gomes,
uma nova longa-metragem portuguesa é escalada para a competição oficial do
Festival de Berlim. Cartas da Guerra, a adaptação ao
cinema por Ivo Ferreira da correspondência de António Lobo Antunes durante a
Guerra Colonial publicada como D'este
Viver Aqui Neste Papel Descripto, terá a sua estreia mundial a concurso na
edição 2016 do certame alemão, naquele que promete ser um dos anos mais fortes
da Berlinale em tempos recentes.
Cartas da Guerra junta-se no concurso de Berlim aos novos filmes dos franceses Mia
Hansen-Løve e André Téchiné, do filipino Lav Diaz (vencedor de Locarno 2014),
do italiano Gianfranco Rosi (vencedor de Veneza 2013) e do dinamarquês Thomas
Vinterberg (A Caça). Ao todo, nove filmes foram anunciados esta
segunda-feira para o programa competitivo do festival, que terá este ano lugar
entre 11 e 21 de Fevereiro, a par dos títulos de Denis Côté, Jeff Nichols e
Alex Gibney já anunciados há
algumas semanas.
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Cinema Português
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Museu da Língua Portuguesa estará reconstruído dentro de dois anos
Depois do incêndio de
Dezembro, já se planeia a nova vida do museu, que terá o seu espólio também
actualizado.
O Museu da Língua Portuguesa, em
São Paulo, parcialmente destruído por um
incêndio em Dezembro passado, estará reconstruído dentro de dois anos, anunciou
nesta terça-feira o secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, que adiantou
que o espólio será actualizado.
"Imaginamos que em dois anos
consigamos reabrir o museu", disse o secretário-geral da Fundação
responsável pelo Museu da Língua Portuguesa, Hugo Barreto, em Lisboa, numa
audiência conjunta pelas comissões parlamentares de Negócios Estrangeiros e
Comunidades Portuguesas e de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.
O responsável adiantou que a Estação
da Luz – em cujo edifício se localiza o museu –, utilizada diariamente por
quase 500 mil pessoas, reabriu uma semana após o incêndio, que ocorreu no dia
21 de Dezembro e que destruiu parte da instituição.
Governo quer alargar entradas gratuitas nos museus e criar Arquivo Sonoro Nacional
Estas são algumas das
medidas em destaque nas Grandes Opções do Plano do Governo para a Cultura.
O alargamento da gratuitidade nas
entradas em museus e monumentos, o lançamento do Arquivo Sonoro Nacional e o
aumento dos acervos de arte contemporânea estão entre as Grandes Opções do
Plano (GOP) do Governo para a cultura.
De acordo com uma versão das GOP
enviada ao Conselho Económico e Social, a que a Lusa teve acesso, o Governo, na
área da Cultura, pretende estender a gratuitidade dos museus e monumentos para
jovens até aos 30 anos, durante os fins-de-semana e feriados.
Também está previsto, nas GOP,
lançar as bases e desenvolver o projecto de criação de um Arquivo Sonoro
Nacional e consolidar e aumentar os acervos de arte contemporânea, "no
quadro do modelo existente, com uma melhor articulação dos
intervenientes".
Na área do património,
destacam-se a criação e operacionalização de fundos interministeriais que
permitam articular o acesso a investimentos de natureza cultural e patrimonial,
extensivos à iniciativa privada, segundo o documento.
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Museus
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Cinema: Um ano de Antónios
Das cartas de guerra
de António Lobo Antunes, por Ivo Ferreira, à apropriação alegremente obscena,
por João Pedro Rodrigues, da figura de Santo António de Lisboa: entre os dois
Antónios, os portugueses que veremos em 2016.
Por estes dias já se sabe que o
alferes António Lobo Antunes foi destacado para o Festival de Berlim: Cartas da Guerra, de
Ivo Ferreira, é o filme português que se apresenta na competição de longas-metragens.
“Adapta”D’este viver aqui neste papel descripto: Cartas da Guerra.
Isto é, filma a partir das cartas que um jovem médico – 28
anos – com sonhos de escritor mas atirado para a guerra colonial em
Angola, para onde fora destacado após a conclusão do curso de Medicina
(comissão de serviço 1971-1973), escreveu à mulher grávida que deixara em
Lisboa.
O “adapta” vem entre aspas
porque, visto daqui, Cartas
da Guerra mostra-se
como projecto singular sobre o qual talvez não seja adequado facilitar com as
bengalas do costume: parte do livro que as filhas do escritor, Maria José Lobo
Antunes e Joana Lobo Antunes, editaram (em 2007) com as cartas que o pai
escrevera à mãe de ambas, constitui o passado biográfico de quem não só ainda
pertence ao mundo dos vivos como se agigantou na esfera pública (personagem
interpretada pelo actor Miguel Nunes) e é material de que um realizador se quis
apropriar.
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Cinema Português
Quatro longas portuguesas em Berlim 2016
Depois de Ivo
Ferreira no concurso, Forum anuncia novos filmes de Salomé Lamas e Hugo Vieira
da Silva, bem como Rio Corgo, vencedor do DocLisboa.
É algo de inédito: com
o anúncio esta manhã da programação da secção paralela Forum, o Festival de
Berlim 2016 – a decorrer de 11 a 21 de Fevereiro– irá receber nada menos de quatro
longas-metragens portuguesas. Juntando-se a Cartas
da Guerra de
Ivo M. Ferreira no concurso oficial, o Forum – secção não competitiva –
receberá as estreias mundiais de Eldorado
XXI, de Salomé Lamas, e Posto
Avançado do Progresso, de Hugo Vieira da Silva, bem como a estreia
europeia de Rio Corgo,
de Maya Kosa e Sérgio da Costa, consagrado
melhor filme nacional no DocLisboa 2015. Uma presença tanto mais notável
quanto o programa 2016 do Forum inclui os novos trabalhos do chinês Wang Bing (Ta'ang),
do israelita Avi Mograbi (Between Fences), do franco-americano Eugène
Green (Le fils de Joseph, com Mathieu Amalric) ou do francês Guillaume
Nicloux (Dans les bois, com Gérard Depardieu).
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Cinema Português
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Morreu um “príncipe da República”...
Foi assim como o poeta
Manuel Alegre, se referiu ao recente falecimento de Almeida Santos (1926/2016),
que além de destacado político anti-fascista e reputado legislador, se dedicou também
à escrita política (foi ministro de vários governos e repetidas vezes deputado)
e ficcional.
Entre outros
reconhecimentos, obteve, em 2003, o Prémio Norte-Sul, atribuído pelo Conselho da
Europa.
...
Almeida Santos foi um
“príncipe da República” e podia ter sido seu Presidente, disse esta terça-feira
Manuel Alegre ao chegar à Basílica da Estrela, em Lisboa, onde aquele histórico
socialista está em câmara ardente.
Alegre recordou o ex-presidente honorário do PS,falecido na noite de segunda-feira, como “um homem de diálogo e unidade”, que foi “o principal legislador” no pós-25 de Abril e que “podia ter sido Presidente (da República), mas nunca quis”.
Classificou também Almeida Santos como “um grande português, da nossa democracia, da nossa República” e ainda “um homem com um grande coração, que sabia unir, um príncipe da República”.
Alegre recordou o ex-presidente honorário do PS,falecido na noite de segunda-feira, como “um homem de diálogo e unidade”, que foi “o principal legislador” no pós-25 de Abril e que “podia ter sido Presidente (da República), mas nunca quis”.
Classificou também Almeida Santos como “um grande português, da nossa democracia, da nossa República” e ainda “um homem com um grande coração, que sabia unir, um príncipe da República”.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
Ainda é correcto falar de Descobrimentos?
Novo Dicionário
da Expansão Portuguesa foi lançado esta semana pelo Círculo
dos Leitores. Dirigido pelo historiador Francisco Contente Domingues, não faz
do politicamente correcto uma prioridade.
Há dois "Descobrimentos" no artigo assinado por
Francisco Contente Domingues no novo Dicionário da Expansão Portuguesa
(1415-1600), a obra editada pelo Círculo dos Leitores e lançada esta
quarta-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Depois da leitura da
entrada dividida em dois pontos, quase podemos dizer que há os bons e os maus
Descobrimentos. O historiador optou por analisar o termo no singular,
“descobrimento”, para nos obrigar a olhar para o acto em si, porque a “tónica
devida” é precisamente a do seu carácter relativo.
“O ‘descobrimento’ faz sentido em função do património geográfico da
realidade cultural e civilizacional de onde emana o ‘descobridor’.” O próprio
conceito é “civilizacionalmente autocentrado” — escreve Contente Domigues, que
dirige o dicionário — e começou a ser posto em causa sistematicamente depois do
fim da Segunda Guerra Mundial.
Mas, sim, podemos dizer que os nativos norte-americanos foram
descobertos, contrariando os mentores das anti-comemorações das viagens de
Pedro Álvares Cabral ou Cristóvão Colombo, que criticam a bondade das
iniciativas ibéricas e argumentam que a América já tinha populações que lá
estavam há mais de dez mil anos. “Descobertos, sim: os Descobrimentos deram
início a um processo de conhecimento global — de mundialização — que não teria
retrocesso e se iria pelo contrário aprofundando com o correr dos séculos.”
Devemos ou não falar de Descobrimentos portugueses? — é um das primeira
perguntas que fazemos ao historiador Francisco Contente
Domingues, especialista em história marítima, durante a entrevista no
seu gabinete na Faculdade de Letras de Lisboa. “Absolutamente que sim, deve-se
falar de Descobrimentos.”
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História
domingo, 17 de janeiro de 2016
Pessoa, O Poeta Infindável? Encontrados textos inéditos na África do Sul
Oitenta anos
depois da morte do poeta português Fernando Pessoa, foi encontrada na África do
Sul, por um grupo de investigadores, uma caixa com textos inéditos.
A caixa contém um conjunto de cerca de dois mil documentos, que apareceram no passado mês de julho numa garagem da casa onde Pessoa viveu na infância. No entanto, segundo o jornal brasileiro Folha de S. Paulo, a descoberta foi tratada com a máxima descrição e só agora foi divulgada.
Os textos encontram-se atualmente no Centro de Estudos da Literatura Portuguesa da Universidade de Brown, nos Estados Unidos da América, e estima-se que o inventário da caixa encontrada na África do Sul esteja concluído dentro de cerca de um ano.
A caixa contém um conjunto de cerca de dois mil documentos, que apareceram no passado mês de julho numa garagem da casa onde Pessoa viveu na infância. No entanto, segundo o jornal brasileiro Folha de S. Paulo, a descoberta foi tratada com a máxima descrição e só agora foi divulgada.
Os textos encontram-se atualmente no Centro de Estudos da Literatura Portuguesa da Universidade de Brown, nos Estados Unidos da América, e estima-se que o inventário da caixa encontrada na África do Sul esteja concluído dentro de cerca de um ano.
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Fernando Pessoa
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