quinta-feira, 14 de abril de 2016
Jorge Silva Melo, como se fosse um auto-retrato
Ainda não Acabámos,
Como se Fosse uma Carta é o filme em que Jorge
Silva Melo se põe a si mesmo no centro da acção. Como se fosse um auto-retrato,
mais triste do que alegre, depois de vários anos e de vários filmes a fazer
retratos de outros artistas.
Ainda não Acabámos,
Como se Fosse uma Carta é o filme em que Jorge
Silva Melo se põe a si mesmo no centro da acção. Como se fosse uma carta, ou
como se fosse um auto-retrato, depois de vários anos e de vários filmes a fazer
retratos de outros artistas, de Álvaro Lapa a Nikias Skapinakis. É um filme sobre
Silva Melo agora, mas também sobre as memórias que transporta, e sobre o que
ele tem para deixar, sobre um legado. O leitmotiv da estrutura do filme evidencia-o,
encenando uma conversa entre o autor, realizador, encenador, e o actor João
Pedro Mamede, o mais jovem membro da companhia Artistas Unidos, que Silva Melo
fundou e dirige.
O que não impede que
seja um filme libérrimo, cheio de diversões e divagações, construído também
aqui, “como se fosse uma carta”. Fala de muita coisa: de Lisboa, do cinema, de amigos
e companheiros desaparecidos. A impressão de perda assombra o filme, e quando
no final ouvimos Silva Melo falar sobre “a alegria como algo que se conquista
como se fosse uma cura” é impossível deixar de voltar à sequência inicial, às
imagens da Lisboa Cidade
Triste e Alegre dos anos 50
como impressa no livro de Victor Palla e Costa Martins, Lisboa que também é a
da infância de Silva Melo. Tristeza e alegria são os polos entre os quais
circula todo o filme.
Etiquetas:
Cinema Português
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