quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O escritório de Ferreira de Castro


Mário Cláudio estreia-se no DN e escreve sobre Ferreira de Castro


O cavalheiro que todos os anos, e ao longo da década de sessenta, ocupava a mesa ao fundo do comedor do Hotel das Termas, o único das Caldas das Taipas, oferecia aos respectivos hóspedes uma identidade que sem dúvida os honrava. Quem não o reconhecesse poderia tomá-lo por um despachante da alfândega na reforma, e se se desse o caso de lhe ouvir o sotaque aqui e além abrasileirado, por um derradeiro representante da raça dos torna-viagem que Camilo Castelo Branco caricaturara. Mas naquele estabelecimento, obsoleto já por essa época, e maioritariamente frequentado por casais idosos, e por solteironas em fim de carreira, o festejadíssimo Ferreira de Castro constituía uma presença indispensável.


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