domingo, 6 de setembro de 2015
Dez anos depois, Guimarães é um impasse
O Centro Cultural
Vila Flor começa hoje a comemorar uma década de vida, condicionado pelos
constrangimentos financeiros que o têm fragilizado nos tempos mais recentes. O
lugar que colocou a cidade no mapa é hoje motivo de preocupação: anatomia de
uma crise.
O pedido feito no café-concerto demora
menos do que era hábito a chegar. Não é um bom sinal. Há menos clientes para
atender e o frenesim que se chegou a viver, há bem pouco tempo, nestas mesas
perdeu-se. Antes dos espectáculos no Centro Cultural Vila Flor (CCVF) também se
encontram menos pessoas conversando à porta do grande auditório. Nos últimos
três anos, este espaço tem abrandado o ritmo da sua programação regular e
perdido constantemente público. O que aconteceu a Guimarães, dez anos depois da
inauguração do equipamento que colocou a cidade no mapa artístico nacional e
três anos volvidos desde a Capital Europeia da Cultura (CEC)?
Não é fácil encontrar
uma única resposta a estas questões, mas o diagnóstico merece alguma
unanimidade entre os agentes culturais locais. Esta “não é a cidade” que
Ricardo Areias, um dos directores do Centro para
os Assuntos da Arte e Arquitectura (CAAA), imaginava três anos depois da
Guimarães 2012: “A ruptura foi muito maior do que seria de esperar e isso não
foi nada benéfico para o público."
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