sábado, 30 de março de 2013

Saramago, o apóstata ou as «ondulações profundas do espírito humano»


A igreja católica é notícia estes dias: o novo papa, os seus modos e as suas palavras que parecem romper com tradições arreigadas na instituição que contradiziam o espírito evangélico, ainda que estivessem baseadas em normativas legais tão caducas como ofensivas. Um delas é a censura – o famoso Index librorum prohibitorum et expurgatorum – que pensávamos abolido com o Concílio Vaticano II e que, no entanto, continua vigente em algumas instituições dependentes da igreja. Assim, há pouco, soube-se que mais de 700 livros de autores portugueses de todos os tempos estavam proibidos ou eram de leitura desaconselhada para os membros numerários ou supranumerários do Opus Dei, entre eles a maior parte da obra de José Saramago. O professor e ensaísta Miguel Koleff, especialista em Literatura em Língua portuguesa e investigador do corpussaramaguiano, reflecte sobre este comportamento, gerador de conflitos morais e demonstrativo de que o medo de pensar livremente continua alojado em grupos fechados onde talvez não entre nem a luz nem o espírito.


Sem comentários: