domingo, 14 de outubro de 2012

O pesadelo do dinheiro segundo Manoel de Oliveira


Na sua 31.ª longa-metragem regressa ao teatro, com um texto de Raul Brandão.
Há toda uma memória literária portuguesa que ecoa na vasta filmografia de Manoel de Oliveira. Desde o teatro de José Régio (Benilde ou a Virgem Mãe, 1975) até um conto de Eça de Queiroz (Singularidades de Uma Rapariga Loura, 2009), passando pelas várias inspirações colhidas em Camilo Castelo Branco ou Agustina Bessa- -Luís, Oliveira tem assumido muito do seu cinema como um labor de revisitação e reinvenção da palavra escrita.
Assim volta a acontecer com O Gebo e a Sombra (estreia hoje), filmado a partir da peça homónima de Raul Brandão. E há um misto de ironia cultural e concisão artística no facto de estarmos perante um objeto que, embora falado em francês, com um elenco luso-francês, resultando da colaboração de Portugal e França (com produção de Luís Urbano, Sandro Aguilar e Martine de Clermont-Tonnerre), se mantém fiel às raízes portuguesas da sua inspiração e temas.

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