sábado, 7 de julho de 2012

Cinema: Não haverá sangue


Rodrigo Areias, realizador de "Estrada de Palha", um western-rojão, fala de como filmar sem dinheiro para o sangue dos duelos é compensado pela vontade de não ficar parado
O que acho assustador em Portugal é que o nosso discurso perante a democracia é como se estivesse na terceira pessoa: a democracia são os outros." Rodrigo Areias está sentado ao solquente de fim de Primavera numa esplanada do Campo Pequeno, e as palavras saem-lhe sem ilusões nem desânimos. "A culpa é sempre dos outros", continua, "quando no fundo é sempre nossa. Fomos nós que votámos neste tipo, fomos nós que não votámos neste tipo... é esse o conceito que a minha geração não tem do sentido democrático. Há 50 por cento de abstenção neste país, o que é uma coisa alucinante numa altura destas, mas de repente a democracia são sempre os outros, a culpa é sempre de outra pessoa que votou naqueles tipos. O lado amorfo com que a malta vê isto assusta-me muito. E do meu ponto de vista é óbvio que isso nunca vai mudar."


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