quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
Nem só de bacalhau se faz a ceia de Natal O bacalhau e o polvo continuam a ser os principais pratos do Natal em Portugal, como confirmaram alguns "chefs", apesar de algumas localidades manterem tradições diferentes, como Freamunde com o capão ou Olhão com o litão.
Virgílio Nogueiro
Gomes, investigador em história da Alimentação, considera que, "de um modo
geral, têm-se mantido as tradições" gastronómicas no Natal.
"A 'mensagem de Natal' é que tem mudado muito. Por outro lado, tem
aumentado o número de refeições de Natal servidas em restaurantes, devido à
vida agitada, porque todo o grupo familiar tem atividades profissionais",
afirmou, salientando que se está a perder "o próprio conceito de festa de
família".
De acordo com o gastrónomo, "a tradição do bacalhau e do polvo vem
do tempo, até finais do século XVI, em que a semana que antecedia o dia de
Natal era período de abstinência, que proibia o consumo de carne".
A imposição religiosa era a de que se comesse peixe, mas existiam
"dificuldades de pesca neste período do ano" e o bacalhau e o polvo
poderiam ser secos e chegar mais facilmente ao interior do país.
"Depois da Missa do Galo, iniciava-se a ceia com carne",
explicou.
Há terras que mantêm tradições próprias, "muito localizadas",
como o capão em Freamunde, o litão (um peixe da
família do tubarão) em Olhão, o borrego no ribatejo e as sandes de carne em
vinha de alhos na Madeira.
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