O subtítulo do disco é particularmente feliz: Real Combo
Lisbonense às voltas com Carmen Miranda. Saudade de Você não
trata da reconstituição fiel das canções que a cantora e actriz do Rio de
Janeiro, via Marco de Canaveses, criou nas décadas de 1930, 1940 e 1950. Não é
igualmente uma leitura moderna desse legado. É qualquer coisa de intermédio. É,
literalmente, a banda que conhecemos dos concertos em que se recuperavam os
sons e as canções de bailes de outrora — e venha daí a Borracha do
Rocha e beba-se uma Laranjina! que ainda é cedo para
tequila — “às voltas com Carmen Miranda”.
É um disco de sabor clássico e, ao mesmo tempo, um disco em que o tempo
se anula. Quem conhece a obra de Carmen Miranda sabe que ela nunca soou assim.
E o objectivo parece ser, precisamente, essa indefinição
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