quinta-feira, 6 de março de 2014
A mulher em Saramago...
"Eu não encontro
qualidades morais masculinas ou femininas, penso que as diferenças se encontram
mais no plano da sensibilidade. Ao homem falta em geral algo a que chamamos
sensibilidade. Eu não falo da emoção ou da lágrima fácil, mas desse modo sensível
de entender o mundo que é o da mulher, como a vejo e ponho nos meus livros. A
realidade chega à mulher por outras vias que não a da razão. Como a do sentido
da maternidade, ela dá-lhe outra dimensão, que o homem não pode ter. Nós usamos
as palavras, mas não sabemos a que correspondem. Eu falo de maternidade, mas o
que é que um homem sabe da maternidade? Essa palavra só pode ser entendida
quando dita por uma mulher-mãe, se eu a disser, não é a mesma coisa."
José Saramago,
"Essa coisa misteriosa que é sempre a mulher’”, Máxima, Lisboa, n. 25,
outubro de 1990 [Por Leonor Xavier], in José
Saramago nas suas palavras (2010). In Fundação
José Saramago.
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José Saramago
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