quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A falsa unidade ortográfica


«Para que serve um “acordo ortográfico”? Para unificar a ortografia de povos que falam a mesma língua. Ora, com este acordo
ormal;">, a ortografia da Língua Portuguesa não se unificou», sustenta a professora Maria Regina Rocha, neste artigo, saído originalmente no jornal Público de 19-01-2013. O texto que aqui se transcreve é a versão que a autora entendeu ficar em linha no Ciberdúvidas.
Tentei obter resposta a uma pergunta simples: quantas palavras se escreviam de forma diferente no Brasil em comparação com a forma como as mesmas palavras se escreviam em Portugal e nos restantes países de Língua Oficial Portuguesa antes do Acordo e depois do Acordo? Não consegui obter uma resposta objectiva da parte de defensores do Acordo Ortográfico. Pergunto: parte-se para a tentativa de aplicação de um acordo ortográfico sem se saber claramente quantas palavras é que mudam na ortografia?

Assim, procurei a resposta, consultando o «Vocabulário de Mudança» disponibilizado no Portal da Língua Portuguesa (http://www.portaldalinguaportuguesa.org/).

E, considerando a informação aí veiculada, a resposta é a seguinte (contagem feita manualmente): antes do Acordo – e exceptuando as palavras com alteração do hífen, as palavras graves acentuadas no Brasil e não em Portugal (como idéiaideia) e as palavras com trema (pelo seu número residual e por tais situações afectarem sobretudo a ortografia brasileira) –, havia 2691 palavras que se escreviam de forma diferente e que se mantêm diferentes (por exemplo, factofato), havia 569 palavras diferentes que se tornam iguais (por exemplo, abstracto e abstrato resultam em abstrato), e havia 1235 palavras iguais que se tornam diferentes.

Está a ler bem: com o Acordo Ortográfico, aumenta o número de palavras que se escrevem de forma diferente!
Ciberduvidas.

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