quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Papiniano Carlos morreu aos 94 anos
Poeta, contista e
autor de numerosos livros para a infância, Papiniano Carlos morreu,
quarta-feira, em Pedrouços, na Maia, onde residia há longos anos, de causas
naturais. Contava 94 anos.
"A menina gotinha de água"
é a sua obra mais célebre. Publicada em 1962, seria sucessivamente reeditada,
com um amplo acolhimento junto do público infantil. A produção literária de
Papiniano Carlos iniciou-se, porém, em 1942, com uma coletânea de poemas
intitulada "Esboço". Quatro anos depois, escreveu "Terra com
sede", volume de contos publicado pela Editorial Inova fortemente
influenciado pela corrente neorrealista.
Nascido em Maputo, Moçambique, mas
fixado no Porto desde muito jovem, foi um dos lídimos representantes da
designada geração de 50, de que faziam parte Egito Gonçalves, Luís Veiga
Leitão, António Rebordão Navarro ou Daniel Filipe. Publicou com abundância nos
anos 50 e 60, período em que escreveu títulos marcantes como "Poema da
fraternidade", "Estrada nova"ou "As florestas e os
ventos". Fervoroso combatente antifascista, foi preso três vezes pela
PIDE, colaborou nas revistas "Seara Nova" e "Vértice" e
integrou os corpos dirigentes do Círculo de Cultura Teatral do Teatro Experimental
do Porto. Como membro do Conselho Português para a Paz e Cooperação, fez várias
viagens ao estrangeiro, no decurso das quais conheceu Pablo Neruda, então
embaixador em Paris, de quem se tornou amigo.
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