sábado, 29 de dezembro de 2012
Cinema: O passo de gigante de Miguel Gomes
A edição em DVD de 'Tabu',
filme que tem estado a ser distinguido em importantes listas de balanços de
2012, junta como extras quatro curtas-metragens do realizador.
Com Tabu, Miguel Gomes (n. 1972) afirma-se como uma das vozes
mais originais do atual cinema português. Desde logo porque propõe uma ideia de
cinema que se distingue, pelo seu espírito de liberdade, independência e
verdadeira criatividade, de tanto filme ortopédico, banal e sem personalidade
própria que pelas nossas salas se passeia (e, nesse sentido, é também um sopro
de ar fresco, uma pedrada no charco, enfim, ar puro no meio de tanta poluição
visual e sonora). E também porque faz cinema com arte (e não um produto
consumível e descartável). Posto isto, digamos que Tabu é uma obra ao
mesmo tempo melancólica, espirituosa e poética. Dividido em duas partes, a
primeira - intitulada "Paraíso Perdido" - tem como protagonistas três
mulheres que moram no mesmo prédio em Lisboa: Pilar (excelente Teresa Madruga),
uma ativista com bom coração que se preocupa com a saúde de Aurora (espantosa
Laura Soveral), uma mulher idosa assombrada pela solidão (e que parece sofrer
de depressão) e a sua empregada cabo-verdiana, Santa (Isabel Cardoso). Na
segunda parte ("Paraíso"), assistimos, em jeito de grande flashback,
à história de amor de Aurora, em Moçambique, nos tempos do colonialismo...
Nota: Em breve o IPC apresentareá este filme em Caracas.
Etiquetas:
Cinema Português
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