quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Dois brilhantes filmes portugueses
Dois novos filmes portugueses de elevada qualidade:
“Os Maias – Cenas da vida romântica” de João Botelho e “Os gatos não
têm vertigens” de António-Pedro Vasconcelos, que já tive a oportunidade de
ver. Duas obras que muito honram o cinema português.
“Os Maias” de Eça de Queiroz são
transportados para o cinema com grande seriedade no (difícil) tratamento da
obra literária. Filme esteticamente sublime moldado pela sensibilidade,
inteligência e coragem de Botelho. Uma forma deslumbrante de revisitar Eça e de
perceber, através do século XIX,
o Portugal do século XXI.
Notáveis interpretações de Ega (Pedro Inês) e Maria Eduarda (Maria Flor) e cenário
tão original quanto deslumbrante com pinturas a óleo de João Queiroz.
“Os gatos não têm vertigens” é a expressão
de uma linguagem cinematográfica de primeira linha, uma história entre muitas
histórias de gerações entre gerações, de vida entre muitas vidas, de um tempo
entre tantos tempos. Um labirinto prodigioso de sentimentos, estados de alma,
sonhos e desesperos, que nos chegam sem lamechice alguma. Destaco as
interpretações brilhantes de Maria do Céu Guerra, João Jesus e Fernanda
Serrano.
Dois filmes a não perder. Dois filmes contra a
indigência e a pequenez que se espalha endemicamente no nosso País. Texto de Bagão Féliz.
Etiquetas:
Cinema Português
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