quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Livro sobre a obra de José Saramago publicado na Hungria


A editora húngara Equinter acaba de dar à estampa o livro Saramago-Olvasatok de Pál Ferenc sobre a obra de José Saramago, cruzando as suas interpretações com as de inúmeros estudiosos da obra do Nobel português, como, a título de exemplo Ana Paula Arnaut, Carlos Reis, Maria Alzira Seixo, entre outros.

Do seu vasto currículo, Pál Ferenc conta com a tradução de inúmeros romances de José Saramago, todas com a chancela da Európa: Levantado do Chão (2012), O Evangelho segundo Jesus Cristo (2001), Ensaio sobre a Cegueira (1998), Todos os Nomes (1999), O Homem Duplicado (2003), Ensaio sobre a Lucidez (2004), As Intermitências da Morte (2007), A Viagem do Elefante (2010), Caim (2011) e Claraboia (2014).

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Cinema: Uma estética do prazer


Em alguns momentos de Os Maias - por exemplo, nas cenas de Santa Olávia, nas margens do Douro, com Afonso da Maia (João Perry) -, João Botelho combina as telas pintadas por João Queiroz com elementos reais dos locais de filmagens (um chafariz, o recanto de um jardim). Fascinante paradoxo: por um lado, sentimos a materialidade ancestral de pedras e flores; por outro lado, o declarado artifício do fundo pintado gera um clima de singular coexistência de contrários. Apetece evocar a herança de Bertolt Brecht e a sua pedagogia da distanciação: a coabitação cenográfica do mundo "real" e do mundo "encenado" pode contribuir para uma relação com a história vivida (pelas personagens) que não mascare a sua condição de história representada (para o espectador). Resistimos, enfim, a ser submergidos pelo espetáculo. Texto de João Lopes.

Diário de Notícias.

Os Maias de João Botelho já é o terceiro filme português mais visto de 2014




Em apenas quatro dias desde a sua estreia, filme que adapta o emblemático romance de Eça de Queirós somou cerca de 14 mil espectadores.


Em apenas quatro dias de exibição, Os Maias – Cenas da Vida Romântica, de João Botelho, tornou-se o terceiro filme português mais visto do ano, com 13.915 espectadores desde a sua estreia, no dia 11. Depois de o seu trabalho anterior, Filme do Desassossego, ter circulado em formato digressão pelos cineteatros do país, o realizador e a produtora Ar de Filmes voltaram ao circuito comercial com o filme inspirado na obra de Eça de Queirós.

O filme, estreado em 12 cidades e 22 ecrãs e que deve em breve chegar a mais quatro salas, conseguiu perto de 14 mil espectadores em sala desde quinta-feira, segundo números do Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA). Em 2010, Filme do Desassossego conseguiu cerca de 5600 espectadores nas duas primeiras semanas de exibição, fora do circuito comercial convencional.

Com estes números, Os Maias – Cenas da Vida Romântica não entra ainda no ranking dos 40 filmes portugueses mais vistos da última década - encimado por outra adaptação de um clássico de Eça, O Crime do Padre Amaro (2005), de Carlos Coelho da Silva e onde Filme do Desassossego ocupa a 29.ª posição -, mas consegue então instalar-se em terceiro lugar na lista dos mais vistos de 2014. A lista dos filmes nacionais estreados em 2014, com os dados contabilizados pelo ICA até 31 de Agosto, tem em primeiro lugar Sei Lá, de Joaquim Leitão (adaptação do romance de Margarida Rebelo Pinto), com 61.730 espectadores, e em segundo Ruas Rivais, de Márcio Loureiro, que chamou às salas 33.990 pessoas, de acordo com os dados contabilizados pelo ICA até 31 de Agosto.

Dois brilhantes filmes portugueses




Dois novos filmes portugueses de elevada qualidade: “Os Maias – Cenas da vida romântica” de João Botelho e “Os gatos não têm vertigens” de António-Pedro Vasconcelos, que já tive a oportunidade de ver. Duas obras que muito honram o cinema português.

Os Maias” de Eça de Queiroz são transportados para o cinema com grande seriedade no (difícil) tratamento da obra literária. Filme esteticamente sublime moldado pela sensibilidade, inteligência e coragem de Botelho. Uma forma deslumbrante de revisitar Eça e de perceber, através do século XIX, o Portugal do século XXI. Notáveis interpretações de Ega (Pedro Inês) e Maria Eduarda (Maria Flor) e cenário tão original quanto deslumbrante com pinturas a óleo de João Queiroz.
Os gatos não têm vertigens” é a expressão de uma linguagem cinematográfica de primeira linha, uma história entre muitas histórias de gerações entre gerações, de vida entre muitas vidas, de um tempo entre tantos tempos. Um labirinto prodigioso de sentimentos, estados de alma, sonhos e desesperos, que nos chegam sem lamechice alguma. Destaco as interpretações brilhantes de Maria do Céu Guerra, João Jesus e Fernanda Serrano.

Dois filmes a não perder. Dois filmes contra a indigência e a pequenez que se espalha endemicamente no nosso País. Texto de Bagão Féliz.

domingo, 14 de setembro de 2014

Mural: Albanês leva Saramago ao Guinness


O escritor José Saramago e a cidade de Ponte de Sor podem estar a 15 dias de entrar para o Guinness. O albanês Saimir Strati, que já tem oito recordes mundiais no ‘Guinness Book of Records’ (‘Livro de Recordes do Guinness’), está a construir o maior mosaico em cortiça do mundo naquela cidade portuguesa.

O painel começou a ser construído no dia 27 de agosto e tem inauguração marcada para 27 de setembro, o Dia Mundial do Turismo. Apesar de o mosaico ainda não estar completo, já é possível reconhecer-se o rosto de José Saramago, acompanhado pela palavra "Portugal" e a frase "Há coisas que nunca se poderão explicar por palavras", do escritor.

Na obra de 24 metros de comprimento e 4,5 metros de altura, Saimir Strati vai utilizar 300 mil rolhas de cortiça.

A partir do dia 27 de setembro o maior mosaico em cortiça do mundo vai poder ser visto no Centro de Artes e Cultura de Ponte de Sor.

sábado, 13 de setembro de 2014

Joaquim Leitão em destaque nos Prémios Sophia 2014




As longas-metragens "Até Amanhã Camaradas" e "Quarta Divisão", ambos do realizador Joaquim Leitão, estão entre as cinco obras nomeadas para Melhor Filme dos Prémios Sophia 2014 pela Academia Portuguesa de Cinema, anunciou hoje a entidade, em Lisboa.


Os nomeados, em cerca de vinte categorias, escolhidos pelo júri da Academia Portuguesa das Artes e Ciências Cinematográficas (Academia Portuguesa de Cinema), foram divulgados numa conferência de impensa realizada na Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, com a presença do presidente, o produtor Paulo Trancoso.

Lançados em 2012, os prémios visam distinguir os profissionais do cinema nacional pelos próprios pares, neste caso, a Academia, fundada em 2011, composta por mais de uma centena de membros, desde realizadores, atores e diretores de fotografia. 

A Academia tinha já anunciado este ano que iria distinguir com os Prémios Sophia Carreira 2014 o realizador José Fonseca e Costa, o diretor de fotografia Eduardo Serra, e o produtor Henrique Espírito Santo. 

"O Portugal dos Maias é igual ao Portugal de hoje"


"O Portugal dos Maias é igual ao Portugal de hoje"

Dificilmente encontraríamos cineasta menos unânime para adaptar Os Maias ao grande écrã, mas João Botelho atirou-se ao romance de Eça sem medo. "Isto" – o cinema, o dinheiro para o fazer – "é tão raro que um gajo só pode filmar coisas importantes", diz. Para lá das telas pintadas, do guarda-roupa de época, do artifício, Os Maias é um filme sobre Portugal, hoje.

Se há um livro unânime como grande romance português, é Os Maias, de Eça de Queirós, um enorme fresco, entre crónica de costumes e alta literatura, de um Portugal oitocentista que continua a falar aos nossos dias como raras obras literárias o conseguiram. Dificilmente encontraríamos cineasta menos unânime para adaptar Os Maias ao grande écrã do que João Botelho, 65 anos, autor de um dos universos mais singulares e menos consensuais do cinema português desde a sua estreia em 1981 com Conversa Acabada. Saído do êxito de Filme do Desassossego (2010) – que lançou sem distribuidor em digressão pelo país, somando 30 mil espectadores que dificilmente o teriam ido ver no circuito tradicional –, abalançou-se ao romance de Eça sem medo.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Pedro Costa leva Cavalo Dinheiro a Nova Iorque

Pedro Costa leva Cavalo Dinheiro a Nova Iorque

Depois do prémio de realização em Locarno, o autor de O Sangue é um de cinco cineastas que falará ao público sobre o seu cinema, a par de Paul Thomas Anderson, Mike Leigh, Mathieu Amalric e Bennett Miller.
Pedro Costa vai ser um de cinco cineastas a subir ao palco do Lincoln Center de Nova Iorque para discutir o cinema – o seu, o dos outros, o seu passado, presente e futuro, influências e métodos de trabalho.
Costa estará na Grande Maçã para apresentar na 52ª edição do New York Film Festival (NYFF) Cavalo Dinheiro, que lhe valeu o prémio de Melhor Realizador em Locarno, e que é definido pelo director do certame, Kent Jones, como estando “num plano completamente diferente de Juventude em Marcha”.
Costa é um dos quatro realizadores escalados para o forum Directors Dialogues, conversas informais com os programadores do festival; os outros são o francês Mathieu Amalric, o britânico Mike Leigh e o americano Bennett Miller, todos com filmes presentes na programação principal do NYFF oriundos da selecção de Cannes 2014. Costa será o último a subir ao palco no dia 8 de Outubro.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O romance inacabado de Saramago vai ser publicado em Outubro

Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas é a obra sobre a guerra que José Saramago escreveu nos últimos meses de vida e não chegou a terminar. É o único livro de Saramago por publicar.
 "Repudiando a violência" como sempre fez na sua obra, Saramago escreveu nos últimos meses de vida Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas, escreve Pilar del Río no editorial da revista Blimunda. Essa obra que o escritor não chegou a terminar vai ser publicada pela Porto Editora em Outubro, anunciou a presidente da Fundação José Saramago na revista desta instituição. O número 26 da revista Blimunda, que pode ser descarregado na internet gratuitamente, abre com o editorial Contra a Guerra em que Pilar del Río, mulher de José Saramago, explica que o inédito do autor português vai ser publicado simultaneamente em português, espanhol, catalão e italiano. "É um trabalho conjunto das várias editoras de Saramago na Europa e na América do Sul", disse Ricardo Viel, da Fundação José Saramago ao PÚBLICO. Cada uma destas edições terá, portanto, qualquer coisa de diferente e a edição da Porto Editora não será por isso igual às obras do Nobel da Literatura 1998 que esta editora publicou em Maio.