domingo, 29 de dezembro de 2013

Há cem anos ou agora, em livro ou em filme, Os Maias são Portugal


João Botelho filma Os Maias e faz do romance de Eça de Queirós uma mistura de ópera e reflexão. Neste espelho em forma de filme, Portugal vê-se, sempre igual, há mais de um século.

Somos todos Os Maias. De fato diurno completo a esconder leggings contra o frio e cabelo empoado, Graciano Dias foi, de facto, Carlos da Maia durante 50 e poucos dias.

“Uma personagem que muita gente imagina, que pode ser qualquer um de nós. Qualquer um de nós pode fazer estes personagens”, conclui o actor, porque, afinal, Eça de Queirós escreveu-nos. Somos destinatários e assunto de um romance irremediavelmente cinematográfico, porque a trama não é só a história de uma família e da relação incestuosa entre Carlos e Maria Eduarda. É Portugal. Portugal oitocentista, Portugal entroikado.

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