quarta-feira, 13 de junho de 2018

130 anos da morte do grande poeta Fernando Pessoa

ANTÓNIO
Nasci exactamente no teu dia —
Treze de Junho, quente de alegria,
Citadino, bucólico e humano,
Onde até esses cravos de papel
Que têm uma bandeira em pé quebrado
Sabem rir...
Santo dia profano
Cuja luz sabe a mel
Sobre o chão de bom vinho derramado!
Santo António, és portanto
O meu santo,
Se bem que nunca me pegasses
Teu franciscano sentir,...
Fernando Pessoa | 13/06/1888 - 30/11/1935.

A outra personagem que torna histórica a data é o nascimento do “poeta dos heterónimos”.
Fernando (António, por Santo António) Pessoa, nasceu em Lisboa em 1888 e morreu na mesma cidade em 1935. Como se pode ver, também não foi muito longevo, mas viveu o tempo suficiente para nos deixar uma obra literária imensa, no tamanho e na extensão, e para marca profundamente toda a poesia portuguesa do século XX, sendo que hoje, no XXI, ainda se lhe sente a influência, dentro de Portugal e não só. Poeta e criador de poeta, conseguiu legar-nos uma obra de indiscutível valor, tanto como ortónimo como cada um dos seus heterónimos.
Como poeta ultrapassou nitidamente as fronteiras nacionais e é, desde meados do século passado, conhecido, admirado, traduzido e seguido um pouco por todo o mundo, porque marcou profundamente a modernidade, tal como Picasso ou Stravinsky, por exemplo.
Sendo fundamentalmente poeta, Pessoa foi muito mais. Foi um pensador – a nossa filosofia està na nossa poesia, algo assim escreveu alguma vez Miguel de Unamuno – e nesse sentido o seu Livro do Desassossego é incontornável. Mas meteu-se também pelo teatro, pelos argumentos cinematográficos, pelo ensaio e até pelo esoterismo, porque nada se lhe escapou, nem sequer a contabilidade e o marketing

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