Desejar um futuro à língua portuguesa é desejar-lhe liberdade e diversidade. Ou seja: tudo o que hoje lhe tiramos.
sábado, 28 de junho de 2014
Opinião: A velhíssima mãe e os seus diferentes filhos
Desejar um futuro à língua portuguesa é desejar-lhe liberdade e diversidade. Ou seja: tudo o que hoje lhe tiramos.
É sempre ingrato falar de algo tão usual como a
língua, mas talvez seja por muito falarmos dela, com euforia e sem tino, que a
ela sempre voltamos, como náufragos sem madeiros que nos valham num mar imenso.
Vamos, pois, à língua e aos seus futuros.
Mas é impossível falar em
futuro sem relembrar, ainda que brevemente, o passado. O tempo do
galego-português (ou galaico-português, se preferirem), nascido do latim no
ângulo noroeste da Península Ibérica, depois da presença romana iniciada em 218
a.C. Outras invasões e conquistas trouxeram outros falares. E se o latim
escrito continuava como língua de cultura e transmissão de conhecimento, o
português nascido de uma das línguas peninsulares (galego-português, castelhano
e catalão; os bascos não haviam abraçado o latim e assim se mantiveram) viu o
seu vocabulário, latino e grego na origem, enriquecer-se com palavras de origem
germânica (menos) ou árabe (mais).
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