sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Conferências de Saramago chegam ao Brasil pela Editora da Universidade Federal do Pará


No dia 30 de agosto, às 18 horas, no Centro de Eventos Benedito Nunes da Universidade Federal do Pará, haverá uma sessão de lançamento de dois livros de José Saramago, Prémio Nobel de Literatura 1998. “Da Estátua à Pedra e Discursos de Estocolmo” e “Democracia e Universidade”, inéditos no Brasil, serão lançados pela Editora da UFPA, em coedição com a Fundação José Saramago. A sessão contará com uma palestra da jornalista Pilar del Río Sánchez, viúva do escritor e presidenta da Fundação. A atriz Vera Barbosa lerá excertos de obras de Saramago, com a participação de Áureo de Freitas, da Orquestra de Violoncelistas da Amazónia.

Da Estátua à Pedra e Discursos de Estocolmo” reúne textos de José Saramago sobre a sua própria trajetória literária. O primeiro incorpora no título a alteração deixada pelo autor para a edição espanhola, “El Autor se Explica”, publicada em 2010 pela editorial Aguilar. Assim, na edição da ed.ufpa, de “A Estátua e a Pedra”, o texto passa a chamar-se “Da Estátua à Pedra”, como explica Pilar no prefácio da obra: “Ao revisar a tradução espanhola [José] adicionou à já gráfica imagem de A Estátua e a Pedra um elemento que tornaria mais compreensível ainda o sentido de suas palavras e da sua trajetória literária: Da Estátua à Pedra.


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Uma dimensão íntima, um trágico sopro europeu no novo filme de Miguel Gomes


No dia 31, o Festival de Veneza, que hoje abre, estreia a curta Redemption, de Miguel Gomes. Por estes dias, o realizador prepara as suas Mil e Uma Noites: histórias do Portugal da crise

Por estes dias. Xerazade começa a tratar da sua sobrevivência, desfiando as histórias para contar ao rei, sob pena de ele a eliminar. Por estes dias, uma equipa de jornalistas (chefiada por Maria José Oliveira, ex-jornalista do PÚBLICO) prepara-se para as Mil e Uma Noites de Miguel Gomes, próxima longa do realizador de Tabu. Durante um ano, a partir de Setembro, esses jornalistas vão seleccionar histórias com base nas notícias diárias que aparecem nos jornais e alimentar com elas um blogue e com elas a imaginação de três argumentistas, Miguel Gomes, Mariana Ricardo e Telmo Churro. Todos têm três semanas para dar uma história ao rei, que é Gomes, que na última semana do mês se deslocará com a sua equipa a qualquer local do país para a filmar.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Teresa Villaverde no 70º Festival de Veneza



O Festival de Cinema de Veneza, que começa quarta-feira e decorre até 7 de setembro, conta com a participação de três realizadores portugueses: Miguel Gomes, Teresa Villaverde e João Pedro Rodrigues.

Miguel Gomes estreia-se em Veneza com a curta-metragem ‘Redemption’, uma ficção de 26 minutos co-produzida com França, Alemanha e Itália, que será exibida fora de competição.

O mais antigo Festival de Cinema na Europa, Veneza cumpre este ano o seu 70º aniversário e assinala a data com o projeto ‘Venezia 70 – Future Reloaded’, para o qual convidou 70 realizadores, a quem deu total liberdade para filmarem uma curtíssima metragem (com a duração máxima de 01h30).

Merchandising' do Museu d'Orsay é 100% português

Quem visitar o Museu d'Orsay, em França, ou vier a fazê-lo nos próximos cinco anos, e comprar objetos de "merchandising" de arte, é muito provável que adquira produtos integralmente desenhados e produzidos em Portugal.

Canecas, chávenas, lápis, capas de "iphone" e de "ipad", borrachas, sacos, "t-shirt's", chapéus-de-chuva, leques, magnéticos, marcadores de livros e tapetes para rato de computador contam-se entre os produtos de uma linha desenhada, concebida e produzida para este museu, ao abrigo de uma parceria entre o proprietário de uma loja de arte e uma empresa de "design", ambas com sede em Lisboa, disse à agência Lusa o proprietário da loja de arte, Luís Pilar.

"Cem por cento desta linha é feita em Portugal, tudo é produzido em Portugal, o que é muito importante para o nosso projeto", sublinhou Luís Pilar.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

'Curta' de Mariana Galvão vence prémio em Genebra



A curta-metragem de Mariana Galvão ‘Solo' ganhou o prémio da melhor curta-metragem na primeira edição do Festival do Filme Lusófono de Genebra, organizado pela lusodescendente Priscilla Frey.

O júri oficial, composto por Sylvain Vaucher e Anouk Dominguez Degen escolheu a curta-metragem ‘Solo' entre os 15 filmes que se apresentaram a competição.

"A escolha foi difícil, houve vários filmes que levantaram perguntas e discussões interessantes" comentou Sylvain Vaucher, membro do júri.

O júri apreciou a obra de Mariana Galvão "pela subtileza e fineza na construção do relato e pela utilização inteligente do som".

Toda a obra de José Saramago na Companhia das Letras, sessão em São Paulo

Foi no dia 13 de agosto o lançamento de Levantado do Chão e Memorial do Convento em São Paulo, no Brasil, nas novas edições que a Companhia das Letras preparou. A sessão teve a participação dos escritores Mia Couto, Milton Hatoum e Andrea del Fuego e da presidenta da Fundação José Saramago, Pilar del Río, no SESC Consolação às 19h30.

No blog que mantém na Companhia das Letras, o editor Luiz Schwarcz conta a história destas novas edições, "desejo antigo" de José Saramago que "a cada vinda ao Brasil me cobrava uma atitude, no sentido de reunir toda a sua obra em uma só editora":

"Sempre expliquei ao José que estávamos de mãos atadas. A editora Caminho, que o representava, havia assinado um contrato sem prazo de encerramento com outra editora brasileira. E o cancelamento desse documento tinha que partir deles, não de nós. Apesar dos pedidos reiterados do seu principal autor, a Caminho nunca foi a fundo nem quis lidar diretamente com esse assunto.

domingo, 25 de agosto de 2013

Festival de cinema português em Nova Iorque



Portugal vai levar um “festival internacional de cinema alternativo” a Nova Iorque, entre os dias 06 e 08 de Setembro. O Portugal Underground Filme Festival (PUFF) teve a sua primeira edição em Portugal, em 2012, e este ano vai levar cerca de 30 horas de filmes ao Spectacle Theater, no bairro de Brooklyn.

Depois da 1.ª edição, que decorreu em Portimão e no Fundão, o PUFF vai viajar até ao continente norte-americano para “mostrar que é possível fazer bom cinema sem grandes meios, cativando o público e fazendo-o descobrir novas formas de ver filmes", como explica o diretor do festival, Pedro Leitão, em declarações à Lusa.

Pedro esclarece que se trata de "um festival internacional de cinema alternativo, experimental e irreverente que pretende apresentar novos artistas oriundos dos quatro cantos do mundo e que têm, habitualmente, oportunidades reduzidas de mostrar os seus trabalhos".

Esta é também uma forma de promover os talentos nacionais já que Portugal tem muitos jovens realizadores a precisar de uma oportunidade, pelo que os EUA são "uma porta de entrada muito apelativa”, sendo este um país que tem “grande consideração e apreço pelo cinema independente". Aliás, o PUFF vai até aos EUA a convite de um realizador norte-americano que assistiu à 1.ª edição do festival.


Exposição de Joana Vasconcelos encerra como a mais visitada no país

A exposição de Joana Vasconcelos no Palácio da Ajuda, em Lisboa, encerra este domingo , ao fim de cinco meses, depois de receber mais de 200 mil pessoas, segundo a organização, afirmando-se a mostra individual mais visitada em Portugal.

Inaugurada a 23 de março, constitui-se como a maior exposição individual da artista, tendo sido comissariada por Miguel Amado.

Inspirada em Maria Pia, figura real que habitou o palácio onde os trabalhos estão expostos, a mostra inclui peças mais conhecidas de Joana Vasconcelos, como "A Noiva", "Coração Independente" ou "Marylin", e outras nunca mostradas em Portugal, como "Lilicoptère", "Perruque" ou "War Games".

No passado dia 13, a empresa responsável pela produção da iniciativa, disse que a mostra se tornara "na exposição individual temporária mais vista de sempre em Portugal, ao atingir o visitante 178 mil".

No início da semana, o número de visitantes aproximava-se já dos 198 mil.

Petição em defesa da Cinemateca

O realizador José Carlos de Oliveira e o candidato socialista à Câmara Municipal de Oeiras, Marcos Sá, lançaram uma petição em defesa da Cinemateca Portuguesa, reagindo às recentes notícias de que instituição poderá vir a encerrar por falta de verbas.

Os autores do documento, que é dirigido à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, pretendem que o tema seja debatido no Parlamento e que se tomem as medidas “legislativas e políticas necessárias para garantir o funcionamento da Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema” e para evitar o seu encerramento.

A directora da Cinemateca, Maria João Seixas, afirmara esta semana ao PÚBLICO que a instituição corria o risco de suspender as suas actividades já em Setembro, caso não fosse encontrada rapidamente uma solução para os seus problemas de tesouraria, resultantes da quebra acentuada nas receitas provenientes da taxa cobrada sobre a publicidade televisiva. Um aviso público ao qual o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, reagiu com a garantia de que a Cinemateca não irá encerrar e que estariam já a ser asseguradas as medidas necessárias para garantir o seu funcionamento.


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Secretário de Estado garante que a Cinemateca não vai fechar



O secretário de Estado da Cultura Jorge Barreto Xavier assegurou esta quarta-feira de manhã ao PÚBLICO que “a Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema e o ANIM não vão fechar”. A garantia veio num email curto sem quaisquer pormenores sobre os esforços que estão a ser feitos pela tutela para resolver o problema financeiro da Cinemateca de forma sustentada, duradoura.

A frase breve de Barreto Xavier é a resposta às declarações de Maria João Seixas, directora da Cinemateca, que disse na terça-feira à tarde que, por falta de dinheiro, aquela instituição corre o risco de suspender todas as suas actividades já em Setembro, incluindo as que passam pela preservação do património fílmico português através do Arquivo Nacional de Imagens em Movimento (ANIM).

Os problemas de tesouraria na Cinemateca devem-se a “quebras substanciais” nas verbas que lhe cabem da taxa de 4% paga pelos anunciantes sobre a publicidade que exibem na televisão, ao abrigo da Lei do Cinema, explicou Seixas. Essa taxa cria anualmente um montante que depois é investido nas mais diversas áreas do cinema e audiovisual em Portugal. À casa da Barata Salgueiro cabe 20% desse bolo – uma percentagem que tem “um peso muitíssimo superior a 50%” no orçamento geral da Cinemateca.


Luso-descendente organiza festival de cinema lusófono em Genebra



O Festival do Filme Lusófono de Genebra, que acontece entre 21 e 25 de Agosto, pretende divulgar na Suíça a qualidade da cultura em língua portuguesa, disse hoje uma das responsáveis pelo evento, a luso-descendente Priscilla Frey.
"Eu vi que havia poucos filmes portugueses ou brasileiros (...). Fazia falta a divulgação de uma cultura de qualidade", disse à Lusa Priscilla Frey, uma lusodescendente de mãe portuguesa e pai suíço.

A organizadora do evento sublinhou que conversou com a sua mãe sobre a possibilidade de organizarem um festival lusófono em 2010, mas a ideia de realizá-lo era mais antiga.

"Eu já estava com esta ideia há muito tempo, porque uma vez ouvi uma colega luso-descendente dizer que o fado era a música pimba portuguesa e que não conhecia a Amália Rodrigues", referiu, dizendo que isso lhe provocou uma certa revolta.

Cinema português em retrospetiva no Festival de Brive



A cidade de Brive-la-Gaillarde, em França, vai receber, de 10 a 15 de Abril, um festival único dedicado às médias-metragens. Um dos destaques desta nona edição do Festival de Cinema de Brive é uma retrospetiva daquilo que as mais jovens gerações de cineastas têm feito em Portugal.

Vão ser dez os filmes incluídos na retrospetiva de cinema português do festival de cinema, entre os quais "31" e "Entretanto" de Miguel Gomes, "Voodoo" de Sandro Aguilar e "Respirar debaixo d`água" de António Ferreira.

"O festival prossegue a sua exploração da jovem geração de cineastas europeus (depois da Roménia, Alemanha, Polónia e Europa do norte) e propõe uma resposta à homenagem prestada a Manoel de Oliveira em 2011", escreve a organização do evento, acrescentando que se trata de demonstrar a construção do cinema português à "sombra do centenário Oliveira".

A programação é efetuada em parceria com o festival Curtas de Vila do Conde, sendo ainda um momento de "criar uma ligação à cidade de Guimarães", geminada de Brive-la-Gaillarde, de modo a "inscrever esta ligação" na programação da Capital Europeia da Cultura, explicam os organizadores.


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Cinecoa estreia em Portugal nova curta de Teresa Villaverde: Amapola

Teresa Villaverde apresenta a curta-metragem encomendada pelo Festival de Veneza 2013 Amapola em ante-estreia nacional no festival de cinema Cinecoa. Este é um dos destaques da programação do festival que acontece em Vila Nova de Foz Côa entre os dias 10 e 13 de Outubro, apresentado esta terça-feira em conferência de imprensa.

Amapola é a resposta da realizadora ao desafio lançado pela 70ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza: criar uma curta com cerca de um minuto e meio que reflicta sobre o futuro do cinema, para ser integrada no projecto Venice 70 - Future Reloaded. A curta terá estreia mundial nesta edição do festival de Veneza, entre os dias 28 de Agosto e 7 de Setembro.

João Trabulo, director do festival, destacou ao PÚBLICO a vontade do Cinecoa apresentar programação fora do contexto daquilo que se faz nos restantes festivais e por isso “não ter, por exemplo, uma secção competitiva” e “apresentar Teresa Villaverde, que não é homenageada em Portugal como deveria”. A decisão de dar a ver em Portugal pela primeira vez a curta Amapola tem como objectivo ter nesta mostra todo o trabalho da realizadora, incluindo o mais recente.


Filme "O mordomo", com música de Rodrigo Leão, lidera nos EUA




O filme "O mordomo", de Lee Daniels, com banda sonora de Rodrigo Leão, foi o mais visto no fim-de-semana de estreia nos Estados Unidos e Canadá, com 18,7 milhões de euros de receita de bilheteira.

De acordo com a publicação Hollywood Reporter, esta longa-metragem, baseada em factos reais, estreou-se em 2.933 salas, superando em receita de bilheteira o filme "Jobs", "biopic" sobre o empresário norte-americano Steve Jobs, e "Kick-Ass 2", ambos também no fim-de-semana de estreia nos cinemas.

Em Portugal, a estreia está marcada para 05 de setembro.

A história de "O mordomo" ("The Butler", no original) inspira-se em factos reais, a partir de uma reportagem do Washington Post sobre Eugene Allen, um afro-americano que trabalhou na Casa Branca ao longo de trinta anos, servindo oito presidentes, entre os quais Richard Nixon, Ronald Reagan e JF Kennedy.

O filme, protagonizado por Forest Whitaker, é assim uma viagem pelas transformações sociais e políticas nos Estados Unidos, entre os anos 1950 e 1980.

Gaiola’ que vale ouro


Em apenas duas semanas, o filme ‘A Gaiola Dourada’, que marca a estreia do luso-francês Ruben Alves na realização, já foi visto por 197 980 espectadores em Portugal, de acordo com os dados ontem divulgados pelo Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).

Estes números, que representam uma receita de bilheteira superior a um milhão de euros, colocam o filme protagonizado por Joaquim de Almeida e Rita Blanco como o nono mais visto do ano. Contudo, nas próximas semanas, a película deverá ganhar posições neste ranking, atualmente liderado por ‘Velocidade Furiosa 6’, que conta com mais de 424 mil espectadores. Para entrar nos cinco mais vistos, o filme terá de alcançar ‘Monstros: A Universidade’, que apresenta 245 mil espectadores.

O sucesso em Portugal junta se ao êxito atingido em outros mercados, sobretudo o francês, onde ‘Cage Dorée’, no seu título original, foi visto por 1 170 862 espectadores. Somando os resultados de outros países francófonos, como a Suíça, o Luxemburgo e a Bélgica, a obra de Ruben Alves ultrapassou 1,5 milhões de espectadores, garantido receitas de bilheteira próximas dos dez milhões de euros. Valores que vão continuar a crescer, já que, além do sucesso em Portugal, acaba de estrear no Canadá, estando ainda prevista a exibição em Itália, Austrália, Brasil e Nova Zelândia.


 

Ensino básico perdeu quase 13 mil alunos num ano



Menos alunos, menos diplomados, menos adultos em formação, menos professores. Do ensino básico ao superior é um sistema em retracção o que mostram as estatísticas da educação relativas ao ano lectivo 2011/2012, as últimas conhecidas e que foram divulgadas este mês.

Em 2010/2011 estavam nas escolas do básico e secundário de Portugal continental 35.976 professores contratados. Um ano depois, este número já tinha descido para 28.730, um contingente que, segundo os dados que foram sendo divulgados entretanto, ter-se-á reduzido para metade no último ano lectivo e que se arrisca a praticamente desaparecer a partir de Setembro.

Comparando apenas com alunos jovens existiam 1.710.075 em 2011/2012, menos cerca de 13 mil do que no ano anterior. As principais quebras registaram-se no 1.º ciclo. No 3.º ciclo e sobretudo no secundário houve ligeiros aumentos por comparação ao ano anterior, uma tendência que deverá acentuar-se na sequência do alargamento da escolaridade obrigatória até aos 18 anos.


Fados ao luar regressam à Mata Nacional do Buçaco




O luar na Mata Nacional do Buçaco é o cenário ideal para uma noite de fados que este ano será animada pelo Grupo de Fados Pardalitos do Mondego. O evento que se realiza agora pelo segundo ano consecutivo vai decorrer no próximo dia 30 de Agosto, às 21 horas.

A Fundação Mata do Buçaco pretende repetir o sucesso da iniciativa em 2012, aconselhando as pessoas interessadas a reservar os seus bilhetes o mais breve possível, "já que estes podem estar esgotados no dia do espetáculo e o número de lugares é limitado".

As reservas devem ser feitas através do contacto da organização 231 937 000, ou pelo e-mail atividades@fmb.pt, sendo que os bilhetes têm um custo de 7.50 euros para os adultos e de 2.50 euros para crianças dos 06 aos 12 anos.

O preço do ingresso para a Noite de Fados na Mata Nacional do Buçaco inclui ainda, para cada uma das pessoas presente no espetáculo, uma taça de caldo verde, uma broa ou um pão e uma bebida no dia do evento.

Grupo brasileiro reabre cinemas em dez cidades do país


O brasileiro Grupo Orient vai reabrir dez salas de cinema, de norte a sul do país, nos centros comerciais da Sonae Sierra. Um acordo entre as duas empresas prevê o restabelecimento da oferta de cinema em Portugal até ao final deste ano.

O grupo brasileiro vai assumir a explicação das salas com a sua marca Cine Place, no AlgarveShopping, Centro Comercial Continente de Portimão, Estação Viana Shopping, LeiriaShopping, LoureShopping, MadeiraShopping, Parque Atlântico, Serra Shopping, RioSul Shopping e 8ª Avenida.

"A abertura dos complexos nos dez centros comerciais irá ser faseada na medida em que os diferentes processos necessários para a sua abertura estejam concluídos, sendo objetivo das duas empresas ter todas as salas a operar até ao final de 2013", salienta a Sonae Sierra em comunicado na sua página oficial.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Nuno Júdice en TalCual....


 
A ejemplo de lo que viene sucediendo con agradable regularidad, el suplemento cultural del semanario TalCual – Literales – volvió a publicar, en una edición reciente, una página dedicada a la poesía portuguesa.En la anterior oportunidad, el articulista, el profesor Joaquín Marta Sosa, había publicado un trabajo sobre Gastão Cruz, más o menos coincidiendo con su visita a Caracas, a invitación del Instituto Portugués de Cultura.

En esta ocasión, el también poeta Marta Sosa, hace una aproximación a Nuno Júdice (también ya visitó Caracas invitado por el IPC), una de las voces más importantes de la poesía contemporánea portuguesa, que recibió recientemente el Premio Reuba Sofía de Poesía Iberoamericana.

Nuno Júdice (Portimão, 1949) es, además de poeta, ficcionista y dramaturgo.

Borges e Saramago: "O Jogo das Coincidências"

O embaixador da Argentina em Portugal, Jorge Argüello, publicou no jornal Expresso um artigo em que procura pontos de contacto entre Jorge Luis Borges e José Saramago, para concluir que "é mais o que os une do que aquilo que os pode separar". Com autorização do autor, aqui reproduzimos este tão interessante texto, chamando a atenção para o espetáculo que a Embaixada promove em Lisboa para comemorar o 114.º aniversário de Borges, no Jardim do Arco do Cego, na sexta-feira 23 de agosto às 18h30.

Procurar definições gerais sobre figuras universais como Jorge Luis Borges (1899-1986) ou José Saramago (1922-2010) envolve muitas vezes o risco de incorrer em estereótipos rápidos, uma ousadia que se torna imprudente se a abordagem for feita sob o limitado prisma da política.

Se assim fosse, se se levasse em conta como estes dois génios literários viam a realidade política, de forma tão antagónica, se se avaliasse como cada um interpretava ideologicamente o compromisso social e a sua relação com o poder, então poderia dizer-se que as coincidências entre Saramago e Borges começam e acabam, quase, no pouco ou muito sangue português que corria nas suas veias.

Lídia Jorge entre os finalistas de prémio literário brasileiro



O livro A noite das mulheres cantoras , da escritora Lídia Jorge, é finalista do Prémio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura, que distingue o melhor romance de literatura portuguesa publicado recentemente no Brasil.

O galardão tem um valor pecuniário de 49 mil euros e os dez finalistas foram revelados esta terça-feira em Porto Alegre, no Brasil. O vencedor será anunciado no próximo dia 27, na Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo.

Editado em 2011, A noite das mulheres cantoras narra a história de um “grupo de cinco raparigas que têm uma ambição que é normal, mas que se torna desmedida em relação àquilo que elas podem realizar”, disse na altura a escritora em entrevista à agência Lusa. “O livro tece-se em torno dessa relação de poder que se estabelece no interior do grupo e da sua relação com a sociedade que a envolve”, acrescentou.

“É um romance, de certa forma, de geração - definiu Lídia Jorge -, é um livro de instrução em torno da construção de figuras muito jovens que aprendem a viver e se tornam adultas sob o efeito do impacto dos seus actos em relação a um projecto que as ultrapassa”.

O romance também é este ano semifinalista do Prémio Portugal Telecom de Literatura e esteve indicado para o prémio Fernando Namora.
O Prémio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura, ao qual concorreram, nesta edição, 326 obras de língua portuguesa editadas entre Junho de 2011 e Maio de 2103, foi criado em 1999 pela Prefeitura Municipal de Passo Fundo, Rio Grande do Sul.
 
PD: Como se recordará, a escritora esteve em Caracas por duas vezes, convidada pelo IPC.
 
 

Brasileiros expõem obras inspiradas em Bordallo Pinheiro

Uma exposição inaugurada na noite de quinta-feira em São Paulo mostra o trabalho de artistas brasileiros que criaram novas cores e formas baseadas na arte cerâmica de Rafael Bordallo Pinheiro.

O molde de um pássaro e de flores, tirados de diferentes azulejos, tornaram-se adorno para uma casa de pássaros feita pelo artista Laerte Ramos. As rãs bastante utilizadas por Bordallo Pinheiro receberam cor preta e branca sobre a silhueta da mão de Regina Silveira.

Já Marcos Chaves acrescentou um fone de cerâmica a um porta-cartas com o formato de uma orelha. A exposição conta com 20 peças de artistas, arquitetos e 'designers' brasileiros que fizeram uma releitura do trabalho do português.

A exposição "Universo Bordallo - 20 BB Bordallianos do Brasil" foi idealizada pela fábrica Faianças Bordallo Pinheiro, durante o Ano de Portugal no Brasil, e promoveu uma vivência dos artistas por dez dias em Portugal, na fábrica nas Caldas da Rainha.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Maria de Medeiros ganha três prémios no Brasil


Maria de Medeiros sai do Festival de Cinema do Gramado com três prémios no bolso: Prémio D. Quixote; Prémio da Crítica e Kikito de Ouro pelo Melhor Filme estrangeiro. ‘Tatuagem’, de Hilton Lacerda, foi o Melhor Filme Brasileiro

Maria de Medeiros confirma o seu estatuto internacional ao vencer três dos prémios mais importantes da 41ª edição do Festival de Cinema do Gramado com o documentário ‘Repare Bem’, sobre as consequências da ditadura militar no Brasil.

Desde logo, o prémio D. Quixote, concedido pelos Cine-Clubes, seguindo-se o prémio da crítica dedicado ao melhor filme estrangeiro e, por fim, o Kikito de ouro, o prémio oficial do festival, pelo Melhor Filme Estrangeiro.

Infelizmente, a atriz de ‘Pulp Fiction’ e ‘Henry & June’ não pode estar presente, em virtude de se encontrar em São Paulo, na representação da peça ‘Aos Nossos Filhos’.

O filme de amor e vírus de Joaquim Pinto triplamente premiado em Locarno

E agora? Lembra-me, documentário de Joaquim Pinto e Nuno Leonel sobre a vivência na primeira pessoa de um tratamento experimental contra a hepatite C, venceu o Prémio Especial do Júri (antigo Leopardo de Prata) no 66.º Festival de Locarno, que terminou este sábado. A única longa-metragem portuguesa na competição internacional do festival italo-suíço recebeu ainda o prémio Fipresci e o terceiro prémio do Júri Jovem. “Orgulhoso”, a leitura de Joaquim Pinto sobre este palmarés de júris diversos é de que “o filme não pode ser restringido à sua temática”, mas não deixa de acreditar na importância social deste retrato.

O Leopardo de Ouro, prémio máximo do festival, foi para Historia de la meva mort, do catalão Albert Serra. O melhor realizador foi Hong Sang-soo, com U ri Sunhi.

Curta-metragem portuguesa vence festival brasileiro




A curta-metragem 'Feral', de Daniel Sousa, venceu o prémio de Melhor Filme no Festival Anima Mundi 2013, no Brasil. Com esta distinção, a produção portuguesa garantiu uma vaga na pré-seleção para a próxima edição dos Óscares da Academia.

Daniel Sousa foi o realizador português à frente de 'Feral', uma coprodução entre os EUA e Portugal eleita pelo júri da competição para melhor filme de animação.

Os vencedores desta edição do festival brasileiro foram anunciados no domingo à noite no Rio de Janeiro, mas o festival só termina dia 18 em São Paulo, dado o seu caráter itinerante.

Segundo a organização, a animação do realizador nascido em Cabo Verde conta, "de uma maneira poética", a história de um menino selvagem, acostumado a viver na floresta, que é levado repentinamente para a civilização, onde sofre dificuldades de adaptação.

domingo, 18 de agosto de 2013

Bailarina portuguesa vence prémio na Áustria


A bailarina e coreógrafa portuguesa Mariana Tengner Barros acaba de conquistar o Prémio do Público no ImpulsTanz - Festival Internacional de Dança de Viena, na Áustria, com o seu solo "The Trap", estreado em 2011 no Festival Circular, em Vila do Conde.

O anúncio foi feito pela Eira, produtora artística à qual a portuguesa se encontra associada, que revelou que "The Trap" foi um dos 11 nomeados para o prémio "Jardin d'Europe" e acabou por ser distinguido pelo público através de votação online, partilhando o galardão ex-aequo com o espetáculo "The Victory Day", de Willi Prager, da Bulgária.

Mariana Tengner Barros apresentou "The Trap" nos dias 11 e 14 de Julho na Schauspielhaus, em Viena, apresentações que lhe valeram este prémio. Segundo uma nota da Eira citada pela agência Lusa, o solo "pretende retratar as divas do cinema e estrelas burlescas do nosso passado, numa peça onde as coisas nunca são realmente o que parecem ser".


A Igreja do Diabo, novo filme de Manoel de Oliveira...


"Manoel, vamos fazer esse filme!"

O ator de 83 anos recordou ao CM a colaboração com cineastas portugueses e falou sobre ‘A Igreja do Diabo’, o novo projeto com Manoel de Oliveira.

Lima Duarte foi homenageado no Festival de Gramado, no Brasil, pelos 30 anos do filme ‘Sargento Getúlio’, premiado em 1983 com cinco Kikitos, incluindo de melhor ator para Duarte. Na conferência brindou os presentes com a sua contagiante energia e histórias deliciosas de uma carreira de seis décadas no cinema, na televisão e na rádio.

Sem esquecer a presença no cinema português, comentou a colaboração com Manoel de Oliveira (‘Palavra e Utopia’, em 2000, ‘Espelho Mágico’, em 2005)", José Fonseca e Costa (‘Kilas, o Mau da Fita’, em 1980) e Paulo Rocha (‘O Rio do Ouro’).

sábado, 17 de agosto de 2013

Coimbra entra no ranking mundial das 500 melhores universidades

Lisboa melhora classificação. Portugal passa a ter quatro universidades no Ranking de Xangai, “o mais influente e badalado” do mundo

A Universidade de Coimbra entra pela primeira vez num dos mais conhecidos rankings de universidades do mundo. A Universidade de Lisboa (antiga “Clássica” que, entretanto se fundiu com a Técnica) sobe na classificação. A Universidade do Porto e a Técnica de Lisboa mantêm as suas posições, com a do Porto à frente. O Ranking de Xangai 2013 acaba de ser divulgado.

Como lhe chama António Nóvoa, o ex-reitor da Universidade de Lisboa, este “é de longe o mais influente e badalado” ranking de universidades, apesar de todas a críticas que lhes são feitas.

A edição de 2013 pode ser consultada no site http://www.shanghairanking.com/ARWU2013.html. O topo é, como sempre, dominado pelas universidades norte-americanas, com as universidades de Harvard, Stanford e da Califórnia nos três primeiros lugares. O Massachusetts Institute of Technology (MIT) desceu uma posição em relação a 2012 e é agora quarto. A Universidade de Cambridge é a primeira europeia a aparecer - em 5.º lugar.

Até à edição de 2011, havia no ranking das 500 melhores do mundo apenas duas universidades portuguesas: Porto e Lisboa. Em 2012, entrou também a Técnica de Lisboa. Para este ano, António Nóvoa resume assim os dados mais significativos para Portugal: “A entrada, pela primeira vez, de Coimbra, e a subida, muito significativa, de Lisboa.”

Público.

Pilar del Río apresenta obra de Miguel Koleff na 3.ª FILIC, em Córdoba, Argentina

"La Caverna de José Saramago: una imagen dialéctica" é o título da obra de Miguel Koleff que será apresentada por Pilar del Río, presidenta da Fundação José Saramago, em Córdoba, Argentina, pelas 19h00 de 16 de agosto, no âmbito do 3.º Festival Internacional de Literatura (FILIC) que decorre de 14 a 17 de agosto.

O escritor angolano Ondjaki é um dos participantes neste Festival, bem como Abbas Khiddar, autor iraquiano/alemão, e Juan Pablo Piñeiro, da Bolívia.

Eugenia Almeida, Maria Teresa Andruetto, Reyna Carranza, María Laura Fernández Berro, Sergio Gaiteri, Griselda Gómez, Magdalena González Almada, Lila Lardone, Fernando Stefanich, Perla Suez e Roberto Videla são os escritores argentinos presentes no festival que tem este ano o tema "Unimos narradores en el Sur, sin importar cuál sea su Norte".

Docente universitário da Facultad de Lenguas da Universidad Nacional de Córdoba, Miguel Koleff é especialista em literaturas de língua portuguesa e é autor de "Apuntes saramaguianos".

Buenos Aires recorda José Saramago: "uma alegria que nos oferecemos "


"A nossa única defesa contra a morte é o amor", dizia José Saramago. E amor é o que se viveu na noite passada no Centro Cultural San Martín na homenagem que se realizou ao grande escritor poruguês, Prémio Nobel da Literatura. Estava presente a sua viúva, Pilar del Río, que muitas vezes com humor a outras vezes à beira das lágrimas recordou a profunda relação que a unia ao escritor."

Assim começa a reportagem do jornal argentino Clarín sobre a sessão que na noite de 13 de agosto juntou muitos leitores de Saramago em Buenos Aires, para assistir à conversa de Pilar del Río com a escritora Claudia Piñeiro, o realizador Miguel Gonçalves Mendes e a jornalista Patricia Kolesnicov.

A sessão era o primeiro ato das jornadas "Recordando a José" que prosseguem agora com a exibição, até ao dia 25, de "José e Pilar", o documentário de Miguel Gonçalves Mendes.

"Mais do que homenagear José - disse Patricia Kolesnicov na abertura da sessão - "isto é algo que estamos a fazer a nós próprios, é uma alegria que nos vamos oferecer para recordá-lo".

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Royal Academy de Londres com Siza Vieira e Souto de Moura


Siza Vieira e Souto de Moura são dois dos nomes que vão criar instalações para uma exposição de arquitectura na Royal Academy of Arts, em Londres, a inaugurar em 25 de Janeiro de 2014

Sete arquitectos de várias nacionalidades vão criar “estruturas temporárias” para uma exposição de arquitectura na Royal Academy of Arts, em Londres. Os portugueses Álvaro Siza Vieira e Eduardo Souto de Moura, vencedores de prémios Pritzker, integram a lista de profissionais convidados para a exposição “Sensing Spaces: Architecture Reimagined”, patente entre 25 de Janeiro e 6 de Abril de 2014.

Pequim recebe primeiro espetáculo de fado em Julho

A música portuguesa chega a Pequim na próxima terça-feira, dia 2 de Julho, com a atuação das cantoras Cristina Nóbrega e Cao Bei, acompanhadas pelo guitarrista João Bengala, no “Amizade Lusófona com a China”, o primeiro espetáculo de fado realizado na capital chinesa.

A empresária chinesa Cao Bei, que em Portugal há vinte anos e é uma das poucas cantoras de fado estrangeiras, vai interpretar três fados celebrizados por Amália e Lúcilia do Carmo, cuja letra vai ser cantada, em parte, em chinês.

Em entrevista à Lusa, Cao Bei salientou que "a Mariza já cantou em Xangai, durante a Exposição Universal de 2010, mas em Pequim seremos nós as primeiras", sendo que Cristina Nóbrega, que ganhou o Prémio Voz do Fado em 2008, vai atuar pela primeira vez na China.

Apesar de protagonizar espetáculos de fado, a empresária chinesa acrescentou ainda que não se considera fadista, “canto à minha maneira e ponho sempre um pouco de Ópera de Pequim naquilo que canto”.


"A Gaiola Dourada" visto por mais de 109 mil espetadores


A comédia "A gaiola dourada", do realizador Ruben Alves, sobre uma família de emigrantes portugueses em Paris, foi vista por 109.366 espetadores, na semana de estreia em Portugal, segundo dados do Instituto do Cinema e Audiovisual.

O filme, que se estreou em Portugal a 1 de agosto, entrou diretamente para o primeiro lugar das exibições de cinema comercial no país, com 109.366 espetadores e 561.217 euros de receita bruta de bilheteira.

Protagonizado por Rita Blanco e Joaquim de Almeida, no papel de um casal de emigrantes portugueses há trinta anos a trabalhar em Paris - ela porteira, ele pedreiro -, o filme chegou a Portugal meses depois de se ter estreado nos cinemas franceses, onde somou mais de um milhão de espetadores.

"A gaiola dourada" assinala a estreia de Ruben Alves na realização, um jovem luso-descendente que quis homenagear, brincando com os estereótipos, a comunidade portuguesa que emigrou para França a partir dos anos 1960.

Em declarações à Lusa, quando o filme se estreou em França, Ruben Alves disse que a longa-metragem foi o resultado de "30 anos de observação" dos pais e familiares que o rodeavam.

"É tempo de homenagear estas pessoas todas que fugiram do país, foram trabalhar para fora e lutar pela vida", disse.

Jornal de Notícias.

Cinema: As muitas vidas de Paulo Rocha



Homenagem em Locarno, que exibe em estreia mundial Se Eu Fosse Ladrão... Roubava. Por Luís Miguel Oliveira

Se Eu Fosse Ladrão... Roubava, o derradeiro filme de Paulo Rocha, vai conhecer a sua primeira apresentação mundial no Festival de Locarno. A estreia do topus de Rocha, que morreu em Dezembro, aos 77 anos, é um ponto alto do festival, e convém frisar que ela sucede no quadro duma homenagem ao cineasta português, que contempla ainda a projecção dos seus dois primeiros filmes, Mudar de Vida (1966) e Os Verdes Anos (1963), a primeira obra de Rocha e um título nuclear no lançamento do Cinema Novo português, que ali mesmo em Locarno alcançou, em 1964, uma primeira grande distinção internacional, com o prémio de Melhor Primeira Obra.

Se eu Fosse Ladrão... Roubava foi concebido como um projecto que implicava uma súmula, artística e biográfica. Talvez não fosse, nesse momento inicial, um projecto de "filme-testamento", talvez Paulo Rocha não tenha pensado nele como a sua "última palavra". Mas entre as dificuldades para concretizar o projecto, e os seus problemas de saúde, parece nítido que Rocha intuiu que este seria o seu último filme, deixou-o ensopar-se nesse prenúncio. Ficou, de facto, como o testamento de Paulo Rocha, até numa perspectiva de "revisão" da sua obra, mas é igualmente um filme marcado pela morte. E quando chegam a última cena e as últimas imagens é difícil não pensar que era da sua própria morte que Rocha falava, e para que se preparava: dois vultos negros transportam um cadáver amortalhado através dum bosque, e a voz off sussurra qualquer coisa sobre "não ter medo". É uma coisa poderosíssima e comoventíssima, e como fecho de obra só terá paralelo, no cinema português, com o plano final do Vai e Vem de João César Monteiro, outro filme "de despedida", outro filme com uma dimensão post-mortem.