A opereta A morte do diabo , que Eça de Queirós escreveu com o crítico e
diplomata Jaime Batalha Reis em 1869, até agora inédita, vai ser publicada em
livro em Junho, revelou esta quarta-feira a Editorial Caminho.
A
morte do diabo, com libreto de Eça de Queirós e Batalha Reis e música do compositor
Augusto Machado, não foi terminada nem chegou a ser estreada em palco.
Mais de 140 anos depois, a investigadora Irene Fialho descobriu a partitura
desta ópera cómica no espólio de Augusto Machado, na Biblioteca Nacional, em
Lisboa.
“Não tinha qualquer título nem referência, mas vi que alguns versos remetiam
para versos do Batalha Reis sobre Antero de Quental”, explicou Irene Fialho à
agência Lusa. Da opereta, havia algumas referências em artigos de jornais da
época, mas “há 120 anos que ninguém sabia dela”.
O libreto de A morte do diabo, que é editado
agora em livro juntamente com a partitura – “pronta a ser tocada e cantada” –
com estudos de Irene Fialho, de Mário Vieira de Carvalho e de José Brandão, foi
escrito sobretudo por Eça de Queirós e isso percebe-se nos versos, defendeu a
investigadora. Irene Fialho descreve que “a cena [da opereta] passa-se no
inferno, onde estão todos os diabos; e o inferno está muito chato, estão todos
a morrer de tédio e começam a pensar que é melhor estar no Chiado – apesar de
também ser chato – do que estar no inferno”.
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