NA MÃO DE DEUS
Na mão de Deus, na sua mão direita,
Descansou afinal meu coração.
Do palácio encantado da Ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita.
Como as flores mortais, com que se enfeita
A ignorância infantil, despojo vão,
Depus do Ideal e da Paixão
A forma transitória e imperfeita.
Como criança, em lôbrega jornada,
Que a mãe leva ao colo agasalhada
E atravessa, sorrindo vagamente,
Selvas, mares, areias do deserto...
Dorme o teu sono, coração liberto,
Dorme na mão de Deus eternamente!
Antero de Quental
Poeta, filósofo e político açoriano (Ponta Delgada, 18 de Abril de 1842 - Ponta Delgada, 11 de Setembro de 1891)
Biografia
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Poema da Semana
Etiquetas:
Poema da Semana,
Poesia
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