quinta-feira, 31 de maio de 2018

Festas de Lisboa animam junho e celebram Vasco Santana e a Expo’98

As Festas de Lisboa voltam a preencher a agenda cultural da capital durante o mês de junho. Este ano assinalam os 120 anos do nascimento de Vasco Santana e os 20 anos da Expo’98.
A programação deste ano está recheada de “música, cinema, exposições e muitas atividades culturais gratuitas, em vários locais da cidade, para todos os gostos e idades”, iformou a organização.
Para celebrar os 20 anos da Expo’98, “um momento de viragem na vida cultural da cidade”, o programa das Festas de Lisboa’18, inclui um espetáculo multimédia e a atuação dos Olharapos, nos dias 1 e 2 de junho, na Pala do Pavilhão de Portugal.
Haverá ainda a exposição ‘Você não está aqui’, que reúne cerca de 70 fotografias de Bruno Portela que relembram como era a zona antes da intervenção urbana da Expo. Estará nas ruas do Parque das Nações, de 9 de junho a 30 de setembro.

Vasco Santana dá o mote às Marchas Populares

Inspiradas no artista português Vasco Santana, no ano em que se assinalam os 120 anos do seu nascimento e 60 do seu desaparecimento, as Marchas Populares voltam a cumprir a tradição lisboeta, descendo a Avenida da Liberdade na noite de Santo António, de 12 para 13 de junho, com a interpretação do tema ‘Vasco é Saudade’, vencedor do concurso Grande Marcha de Lisboa 2018.
Além das Marchas Populares, a capital vai ser “palco” dos tradicionais Casamentos de Santo António, em que vão celebrar matrimónio 16 casais. Outro dos símbolos das Festas de Lisboa que voltam a marcar a agenda são os arraiais populares, animando os bairros da cidade durante o mês de junho.
“Imagem de marca das Festas de Lisboa há 15 anos, a sardinha também estará de volta, depois de meses a provocar a imaginação de artistas de todas as idades e feitios que participaram no concurso internacional”, avançou a organização, indicando que as sardinhas vencedoras deste ano vão integrar a exposição “Salvem a Sardinha”, patente na Galeria Millenium BCP, na zona da Baixa, durante todo o mês de junho.
Como destaque na programação encontra-se o Dia Mundial da Criança, celebrado a 1 de junho, que vai ser assinalado com “a abertura de um novo teatro na cidade, dedicado aos mais novos”, intitulado o LU.CA, no renovado Teatro Luís de Camões, na Calçada da Ajuda, com vários espetáculos gratuitos ao longo do mês.

Um “encontro de culturas”

Os mais novos voltam a assumir papel de destaque com a Orquestra Geração – projeto de inclusão social que forma jovens músicos de comunidades desfavorecidas –, que vai subir ao palco com a Orquestra Gulbenkian, no dia 02 de junho, no Terreiro do Paço, “com um programa musical para toda a família que inclui o repertório de filmes como a ‘Guerra das Estrelas’”.
De acordo com a organização, o festival Lisboa Mistura e a Festa da Diversidade voltam a promover o “encontro de culturas”, com espetáculos na Ribeira das Naus, a partir de 10 de junho, Dia de Portugal, “que em Lisboa se celebra, deliberadamente, homenageando os lisboetas com diferentes origens que constituem uma das principais características e fontes de riqueza cultural da cidade”.
A preencher o calendário das Festas está a iniciativa Fado no Castelo de São Jorge, com “concertos de nomes tão emblemáticos do fado como Carminho, Camané e Carlos do Carmo”.
A programação das Festas de Lisboa’18 vai terminar no Jardim da Torre de Belém, no dia 30 de junho, com um concerto de Gilberto Gil, que comemora os 40 anos do álbum “Refavela”.

domingo, 27 de maio de 2018

Prémio Camões: Germano Almeida “surpreendido” e “muito feliz”

“Estou contente, muito feliz por saber que o que escrevo é apreciado ao ponto de me darem um prémio tão prestigiado como o Camões”, disse Germano Almeida em declarações à agência Lusa, por telefone, a partir da sua residência, na cidade cabo-verdiana do Mindelo.
O escritor mostrou-se surpreendido com a distinção por considerar que “existem muitos escritores que merecem o prémio tanto ou mais” do que ele.
Para Germano Almeida, o segundo cabo-verdiano a receber o Prémio Camões, depois do poeta Arménio Vieira, este galardão representa “o reconhecimento do esforço e do trabalho” que vem desenvolvendo há anos como escritor.
O autor de livros como “Eva”, “O Testamento do Sr. Napomuceno da Silva Araújo” ou “Do Monte Cara vê-se o Mundo” considerou ainda importante a componente financeira do prémio “para um escritor que publica em Cabo Verde e em Portugal, onde os livros são mal vendidos e os escritores dolorosamente mal pagos”.
Germano Almeida foi anunciado como o vencedor do Prémio Camões 2018, após reunião do júri, no Hotel Tivoli, em Lisboa.
Com a sua atribuição, é prestada anualmente uma homenagem à literatura em português, recaindo a escolha num escritor cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento “do património literário e cultural da língua comum”, segundo o protocolo estabelecido entre Portugal e o Brasil, assinado em junho de 1988, que instituiu o prémio.
“Com este prémio, pretende-se ainda estreitar e desenvolver os laços culturais entre toda a comunidade lusófona, pelo que a este evento se associam os outros Estados de língua oficial portuguesa”, sublinhou o comunicado do Ministério da Cultura, que anunciou a entrega do galardão.
O Prémio Camões foi atribuído pela primeira vez em 1989, ao escritor português Miguel Torga e, na mais recente edição, em 2017, foi entregue ao poeta Manuel Alegre.

Arquiteto Souto de Moura ganhou Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza

A 16.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza contou com a participação de Portugal através da exposição “Public Without Rethoric”.

O certame dedicado à arquitetura – cujo prémio máximo é o Leão de Ouro – recebe 65 participações nacionais, divididas entre os pavilhões históricos do Giardini, do Arsenale e do centro histórico de Veneza.
Souto de Moura foi um dos 100 arquitetos convidados pelas curadoras da Bienal da Arquitetura de Veneza, Yvonne Farrell e Shelley McNamara, do Grafton Architects, para a exposição principal, espaço expositivo além dos pavilhões nacionais.
Doze edifícios públicos criados por arquitetos portugueses de várias gerações, nos últimos dez anos, e filmes de quatro artistas constituem a representação de Portugal na Bienal de Arquitetura de Veneza, intitulada “Public Without Rethoric”, a inaugurar hoje.
O projeto, apresentado em abril último pelos curadores, Nuno Brandão Costa e Sérgio Mah, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, está instalado no Palazzo Giustinian Lolin, sede da Fundação Ugo e Olga Levi, junto ao Grande Canal, em Veneza, entidade com a qual a Direção-Geral das Artes, organizadora da representação portuguesa, assinou um protocolo de utilização para este ano.
André Cepeda, Catarina Mourão, Nuno Cera e Salomé Lamas foram os quatro artistas convidados a criar filmes sobre os edifícios selecionados.
Os 12 edifícios de arquitetos portugueses incluídos na exposição dividem-se pelo país e pelo estrangeiro, com três localizados nos Açores: Arquipélago – Centro de Artes Contemporâneas, na Ribeira Grande (João Mendes Ribeiro e Menos é Mais – Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos), Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo (Inês Lobo) e Centro de Visitantes da Gruta das Torres, no Pico (SAMI – Inês Vieira da Silva e Miguel Vieira).
De Lisboa estão incluídos na lista o Teatro Thalia (Gonçalo Byrne e Barbas Lopes Arquitetos, Diogo Seixas Lopes e Patrícia Barbas) e o Terminal de Cruzeiros (João Luís Carrilho da Graça).
Do Porto, são vários os edifícios que vão constar da representação portuguesa: I3S – Instituto de Inovação e Investigação em Saúde (Serôdio Furtado Associados – Isabel Furtado e João Pedro Serôdio), Molhes do Douro (Carlos Prata), Pavilhões Expositivos Temporários, “Incerteza Viva: Uma exposição a partir da 32.ª Bienal de São Paulo”, Parque de Serralves (depA – Carlos Azevedo, João Crisóstomo e Luís Sobral, Diogo Aguiar Studio, FAHR 021.3 – Filipa Fróis Almeida e Hugo Reis, Fala Atelier – Ana Luísa Soares, Filipe Magalhães e Ahmed Belkhodja e Ottotto, Teresa Otto).
A lista de obras selecionadas inclui ainda o Hangar Centro Náutico, em Montemor-o-Velho (Miguel Figueira), e o Parque Urbano de Albarquel, em Setúbal (Ricardo Bak Gordon).
Fora de Portugal encontram-se o Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré, em Tours, França (Aires Mateus e Associados – Manuel e Francisco Aires Mateus), e a Estação de Metro Município, em Nápoles, Itália (Álvaro Siza Vieira, Eduardo Souto Moura e Tiago Figueiredo).
A 16.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza estará patente ao público até ao dia 25 de novembro.

Souto de Moura diz que Leão de Ouro reconhece “valor e nível da arquitetura portuguesa”



sábado, 19 de maio de 2018

Filme português "Diamantino" venceu Grande Prémio da Semana da Crítica em Cannes


Longa-metragem de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt premiada pelo Festival de Cannes.
O filme português Diamantino, de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, venceu ontem o Grande Prémio da Semana da Crítica do Festival de Cinema de Cannes, que decorre até sábado naquela cidade do Sul de França. O prémio foi atribuído por um júri, presidido pelo realizador Joachim Trier e composto pelos atores Chloe Sevigny e Nahuel Pérez Biscayart.
Diamantino, a primeira longa-metragem de ficção de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt, conta "a história de Diamantino, interpretado pelo ator Carloto Cotta, uma superestrela do futebol mundial, cuja carreira cai em desgraça". "À procura de um novo objetivo para a sua vida, Diamantino entra numa odisseia delirante, que envolve neofascismo, crise dos refugiados, modificação genética e a busca pela origem da genialidade", lê-se no comunicado divulgado pela produtora.
Além de Carloto Cotta, o elenco desta coprodução entre Portugal, Brasil e França inclui Cleo Tavares, Anabela Moreira, Margarida Moreira, Carla Maciel, Filipe Vargas, Manuela Moura Guedes, Joana Barrios e Maria Leite. O filme volta a ser exibido em Cannes hoje (quinta-feira), às 14:15 locais (13:15 em Lisboa). Diamantino, refere a produtora, "vai ter estreia comercial em Portugal, numa data a anunciar brevemente"


Diario de Notícias

terça-feira, 15 de maio de 2018

Prémio Ibero-Americano de Ensaio na Polónia para falantes de português

Promover o conhecimento das línguas e culturas portuguesa e espanhola na Polónia e intensificar as relações entre a comunidade ibero-americana de nações, o mundo eslavo e a Europa Central, são os objetivos do ‘Prémio Ibero-Americano de Ensaio na Polónia’

O ‘Prémio Ibero-Americano de Ensaio na Polónia’ é organizado pelas embaixadas do Brasil, do Chile, da Colômbia, de Cuba, de Espanha, do México, do Panamá, do Peru, de Portugal, do Uruguai e da Venezuela naquele país.
Tem como objetivo promover o conhecimento das línguas e culturas portuguesa e espanhola na Polónia e intensificar as relações entre a comunidade ibero-americana de nações, o mundo eslavo e a Europa Central.
Dirige-se a pós-graduados e a estudantes dos cursos de doutoramento interessados no mundo ibero-americano, tanto na sua vertente europeia (Portugal e Espanha), como americana (áreas culturais lusófona e hispanófona), e em qualquer tipo de disciplina dentro do campo das ciências sociais ou dos estudos humanísticos.
Os participantes não poderão ter como língua materna, nem o espanhol, nem o português, e deverão serão residentes na Polónia, no momento da apresentação da candidatura.
O ensaio que se apresentar deverá ser um trabalho original de investigação ou reflexão sobre qualquer assunto relacionado com a Argentina, o Brasil, o Chile, a Colômbia, Cuba, o México, o Panamá, o Peru, o Uruguai, a Venezuela, bem como Portugal ou Espanha.
“Nesta primeira edição, coincidente com a celebração do centenário da restauração da independência da República da Polónia, solicitar-se-á que os trabalhos estejam relacionados com esse aniversário”, informa a organização.
Os ensaios deverão ser enviados à Secretaria do Júri do Prémio Ibero-Americano (Embaixada de Espanha em Varsóvia, Ul. Mysliwiecka, 4, 00-459, Varsóvia) antes do dia 22 de setembro de 2018.
O depósito de originais, em formato de papel e memória extraível – CD-ROM ou USB (formato ‘Word’ ou ‘PDF’) -, terá de ser realizado presencialmente pelo interessado.
São admitidos os envios por correio postal, sendo que, nestes casos, os originais deverão ser acompanhados de cópias dos documentos acima mencionados, devidamente autenticadas, acrescentando-se ainda, ao envelope, uma memória externa (CD-ROM ou USB) com o texto em formato eletrónico (formatos ‘Word’ ou ‘PDF’).

Mundo Português

24 horas em Lisboa de Cuca Roseta vence Travel Video Award

Vídeo do Hotel AVANI Avenida Liberdade venceu o prémio de Best Video by A Hospitality Brand, na primeira edição dos galardões internacionais e mostra a Lisboa da fadista.

24 Hours With Me By Cuca Roseta”, o vídeo de uma campanha de uma cadeia internacional sobre a sua unidade de Lisboa, venceu o prémio Best Video by A Hospitality Brand, atribuído pela primeira edição anual dos Travel Video Awards.

O vídeo do AVANI Avenida Liberdade, o primeiro hotel da marca na Europa, mostra a unidade hoteleira como “o ponto de partida perfeito” para desvendar a capital de Portugal. Pelos olhos da fadista Cuca Roseta, os espectadores exploram alguns dos recantos mais icónicos da cidade, desde a tradicional Alfama, aos afamados Chiado e Bairro Alto, passando ainda pelos lugares mais trendy como o LX Factory e o Lisbon Village Underground.

A cerimónia de apresentação dos vencedores dos Travel Video Awards, da responsabilidade da Citizine Networks, Inc., decorreu em Las Vegas e distinguiu os vídeos de viagens mais inspiradores e inovadores lançados durante 2017 por realizadores independentes, pela indústria de viagens, por empresas de media e por marcas lifestyle.

A campanha de YouTube #AVANIme estreou com o “24 Hours With Me By Cindy Bishop”, uma supermodelo, atriz e apresentadora tailandesa que deu a conhecer a cerca de meio milhão de espectadores a sua cidade, Banguecoque, com um roteiro muito pessoal.

O segundo episódio do #AVANIme viajou até Lisboa com Cuca Roseta, no vídeo agora premiado, que também já alcançou cerca de meio milhão de visualizações

NiT

sexta-feira, 11 de maio de 2018

DIA DE PORTUGAL Marcelo escolhe Onésimo Teotónio Almeida para presidir às comemorações do 10 de Junho

Este ano, as comemorações dividem-se entre Ponta Delgada, nos Açores, ilha onde nasceu o professor catedrático, e Boston, nos EUA, onde ensina actualmente.
Este ano, as comemorações dividem-se entre Ponta Delgada, nos Açores, ilha onde nasceu o professor catedrático, e Boston, nos EUA, onde ensina actualmente.

"Aprecio o gesto e colaborarei", reagiu Onéseio Teotónio de Almeida, em declarações à RTP. "Tenho, durante toda a vida, lutado pela afirmação da comunidade açoriana e da comunidade portuguesa nos EUA e isto é um reconhecimento. Hoje essa comunidade é uma comunidade adulta, integrada, ligada aos EUA mas também a Portugal", completou.

Autor de uma extensa obra, Onésimo Teotónio de Almeida dedicou uma grande parte da sua vida a escrever sobre a portugalidade e sobre o que é ser português. Os títulos A Obsessão da Portugalidade (lançado em 2017, pela Quetzal) e Pessoa, Portugal e o Futuro (lançado em 2014, pela Gradiva) são apenas alguns exemplos. Contou ao PÚBLICO, em 2014, que só compreendeu Portugal e a portugalidade "na diáspora": "Ver os emigrantes no embate diário com o universo anglo-americano permitiu-me observar os conflitos de valores, de visões do mundo em acção."


terça-feira, 8 de maio de 2018

Rota de Magalhães é candidata a Património Cultural da Humanidade


A candidatura à UNESCO da Rota de Magalhães é uma das iniciativas do programa comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação do navegador português Fernão de Magalhães.
Para além da Rota de Magalhães a Património Cultural da Humanidade, as celebrações incluem a criação de um Centro de Interpretação, num total de 62 iniciativas previstas.
O programa das Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação, com iniciativas que começam no segundo semestre deste ano e que decorrem até 2022, foi publicado em Diário da República na passada sexta-feira, após aprovação pelo Conselho de Ministros.
As iniciativas, refere a Estrutura de Missão das Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães (EMCFM), pretendem “reconhecer o papel, passado e presente, de Portugal e dos portugueses para a promoção do conhecimento, do diálogo intercultural e da sustentabilidade do planeta, contribuindo para uma sociedade mais justa, inclusiva e com maior bem-estar”.
Segundo a resolução, o orçamento para 2018 é de 1,2 milhões de euros, dos quais 800 mil euros para aquisição de bens e serviços e outros bens de capital e os restantes 400 mil euros destinam-se a despesas com pessoal.
No total, estão previstas 62 iniciativas e ações, organizadas por “um diversificado leque de entidades, públicas e privadas, de forma privada ou em parceria, de âmbito local, regional, nacional ou internacional”.
Além disso, serão lançadas convocatórias públicas à apresentação de projetos por parte da sociedade portuguesa.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Marcelo saúda todos os cidadãos da CPLP no Dia da Língua Portuguesa

Chefe de estado destaca a celebração desta data pelo secretário-geral da ONU, nos jardins da sede das Nações Unidas, em Nova Iorque.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, saudou neste sábado todos os cidadãos da CPLP, na data em que esta comunidade de países lusófonos celebra o Dia da Cultura e da Língua Portuguesa. Numa nota divulgada no portal da Presidência da República na Internet, o chefe de Estado defende que o português tem um "inestimável valor" e é "uma língua de futuro", com "um incontestável poder de criar laços e entendimentos" dentro e fora da lusofonia, referindo que tem actualmente "mais de 260 milhões de falantes".

Marcelo Rebelo de Sousa dirige "uma calorosa saudação a todos os cidadãos dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)" – composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste – "que diariamente a usam como instrumento de comunicação, reflexão, expressão e criação cultural".

O dia 5 de Maio foi instituído em 2009 como Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP.

Entre as iniciativas deste ano, o chefe de Estado destaca a celebração desta data "pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, nos Jardins das Nações Unidas, em Nova Iorque, com a presença da secretária-executiva da CPLP, Maria do Carmo Silveira, do humorista e escritor Ricardo Araújo Pereira e do escritor Onésimo Teotónio Almeida". Durante essa sessão, "será evocada a atribuição, há 20 anos, do Prémio Nobel da Literatura ao escritor português José Saramago", salienta.

Público

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Lobo Antunes e Eugénia de Vasconcellos no Festival de Poesia de Bucareste

O escritor António Lobo Antunes e a poeta Eugénia de Vasconcellos são os portugueses convidados para participar na edição deste ano do Festival Internacional de Poesia que decorre de 14 a 20 de Maio em Bucareste, na Roménia.

Durante uma semana, as ruas de Bucareste vão encher-se de versos e poetas, com a participação de mais de 150 escritores de todo o mundo num festival cujo programa prevê leituras públicas, debates, mesas-redondas, lançamento de livros e, também, muita música.

De acordo com a Guerra e Paz, editora que publica as obras de Eugénia de Vasconcellos, esta foi a poeta portuguesa eleita para representar Portugal.

Outro autor português presente será António Lobo Antunes, que a organização escolheu como convidado de honra do evento.

Eugénia de Vasconcellos é autora de “O Quotidiano a Secar em Verso”, publicado em 2016, mas também do ensaio “Camas Politicamente Incorrectas da Sexualidade Contemporânea”, tendo traduzido a poesia de Claude Le Petit, reunida em “O Bordel das Musas”. É ainda autora da versão do “Cântico dos Cânticos”, incluída na coleção Livros Amarelos, num volume com o “Manual de Civilidade para Meninas”, de Pierre-Félix Louÿs.

Natural de Faro, esta poeta portuguesa vai juntar-se, assim, a um evento que, desde 2010, já recebeu a presença de mais de 350 poetas de todo o mundo.

O festival, que é organizado pelo Museu Nacional de Literatura Romena, vai incluir leituras de poesia e jazz, representações, debates, painéis de discussão e projecções.


Ponto final.

terça-feira, 1 de maio de 2018

A quarta língua mais falada do mundo não tem problemas de relacionamento

Entre a resistência ao português e a resistência do português, escritores de vários países lusófonos (e ainda uma prima direita galega) foram a Cabo Verde lembrar como a língua da opressão colonial se transformou na língua da afirmação para literaturas periféricas e minoritárias. E como, no processo, se habitou a conviver com a mistura.

Em 1960, a potência colonial que Portugal pretendia continuar a ser por muitos e bons séculos celebrou os 500 anos da descoberta de Cabo Verde fazendo publicar uma Antologia da Ficção Cabo-Verdiana Contemporânea organizada por Baltasar Lopes da Silva, o aclamado autor de Chiquinho (1947), e, logo a seguir, a colectânea Modernos Poetas Cabo-Verdianos, preparada e prefaciada pelo crítico, ensaísta, dramaturgo e conservador da Biblioteca Municipal da Praia Jaime de Figueiredo. Mais do que afirmar o poder de dominação do cânone português, como se pretenderia num ambiente que ainda era de glorificação do império (mas por pouco tempo: a Guerra Colonial estava só a um ano de distância), os dois volumes afirmaram sobretudo a especificidade da experiência literária cabo-verdiana no contexto da literatura portuguesa, e até no contexto da sua variante “ultramarina”, como notava então Jaime de Figueiredo – sugerindo, visionariamente, que a língua da opressão também podia ser a língua da auto-determinação (e foi mesmo).
Quase 60 anos e cinco independências depois, essa língua é hoje, com cerca de 244 milhões de falantes, a quarta mais pujante do mundo – e não tem problemas de relacionamento com o crioulo cabo-verdiano, as línguas nacionais de Angola, o tétum ou o galego, como o oitavo Encontro de Escritores de Língua Portuguesa organizado pela União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) na Cidade da Praia, com o mesmo Jaime de Figueiredo (1905-1974) como homenageado, quis enfatizar. Tem sido uma experiência inclusiva, a da lusofonia, anuíram participantes como David Capelenguela, jornalista, poeta, co-fundador da Brigada Jovem de Literatura do Namibe e membro da União dos Escritores Angolanos, ou Tony Tcheka, um dos históricos “Meninos da Hora do Pindjiguiti” que em 1977 lançaram o primeiro livro da Guiné-Bissau independente, Mantenhas para quem luta. E é uma experiência com potencial de expansão, acrescentaria ainda Concha Rousia, bibliotecária da Academia Galega da Língua Portuguesa e defensora tão feroz quanto poética de uma mudança de narrativa linguística que salvaguarde e fortaleça a consanguinidade do português e do galego, protegendo-o da hegemonia castelhana a que as políticas públicas o têm submetido.

Público