terça-feira, 14 de junho de 2011

Japão rendido a uma bailarina portuguesa



No seu corpo, a dança contemporânea encontra-se com a Ásia e o Médio Oriente. Portugal fechou-lhe as portas. Ela foi abri-las no Japão.
Quando aquilo que se persegue não é um sonho mas uma certeza, uma certeza que se tem no corpo e na alma, é difícil não correr atrás. Bater às portas que for preciso. Vê--las fecharem-se e ir lá bater de novo. Engolir a frustração, algumas humilhações, arrancar aos momentos maus energia e esperança para procurar os bons. Não desistir. Não desistir. "Quando estava na Índia a aprender dança, vi-me de repente sem dinheiro sequer para renovar o visto. Estava numa situação desesperada. Tive de regressar a Portugal. Nessa altura a dança do ventre ainda não tinha a divulgação que tem hoje e tentei começar a fazer uns espectáculos. Mas era tudo tão precário. Chegaram a dar-me um canto na cozinha de um hotel para mudar de roupa. Foi aí que vim para o Japão", conta ao DN Tânia Luiz, 36 anos, há seis a viver na cidade nipónica de Osaka, onde trabalha como bailarina, fazendo espectáculos em que a dança contemporânea se funde com a dança turca, nepalesa, indiana e cigana. "Sou uma pessoa muito orgulhosa e detesto a mediocridade. Mas não desisto. Não páro", afirma convicta em entrevista telefónica ao DN, poucas horas depois de ter feito um espectáculo de beneficência a favor das vítimas do terramoto e marmoto que atingiu o Japão a 11 de Março.

Diário de Notícias.

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